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Favelas movimentam R$ 56,1 bilhões por ano

Estudo do DataFavela aponta uma significativa expansão da posse de bens nas comunidades brasileiras


20 de fevereiro de 2013 - 12h59

O Brasil tem 12 milhões de habitantes morando em favelas. Se essa população fizesse parte de um estado da federação, este seria o quinto mais populoso do País. Concentradas principalmente nas capitais e regiões metropolitanas, as comunidades brasileiras movimentam cerca de R$ 56,1 bilhões por ano, número comparável ao Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia. Os dados são de um estudo do DataFavela.

Impulsionada pelo crescimento econômico do País, a população dessas comunidades migrou de classe social nos últimos 10 anos. Em 2002, 60% dos moradores eram de classe baixa, contra 37% da classe média. Já em 2013 os números praticamente se inverteram: 65% são da classe média e 32% da classe baixa. O percentual de 3% de classe alta se manteve estável.

Boa parte do consumo desses brasileiros é feito dentro das próprias comunidades. As compras de conveniência se destacam: 82% das recargas de celular são feitas dentro da comunidade, 81% dos gastos com barbeiro e salão de beleza também. 74% das compras de mercado e padaria acontecem em estabelecimentos próximos de casa, assim como 62% dos gastos com produtos de beleza e perfumaria.

Mesmo na hora da alimentação os vizinhos têm a preferência: 62% dos gastos com restaurantes e lanchonetes acontecem na própria comunidade. Por outro lado, as compras planejadas, de maior valor, são feitas em locais distantes. É o caso de eletrodomésticos e produtos eletrônicos (60% das compras são realizadas em lojas longe das casas dos moradores).

A posse de bens nas comunidades, por sua, registrou crescimento significativo. Itens como máquina de lavar roupas, celular e microcomputador aumentaram sua presença nos lares 79%, 256% e 1.333%, respectivamente. Hoje, nove em cada dez moradores têm um celular. 52% das casa agora têm máquina de lavar (contra 25% em 2002) e 40% têm computador (em 2002 esse número era 3%). Além disso, 45% das pessoas acessaram a internet recentemente.

Perfil
Comparada com a média brasileira, as comunidades têm um perfil, em média, três anos mais jovem (30 anos). A população das favelas também tem um percentual maior de negros: 67% contra 52% da média nacional. Em outra frente, os moradores estão mais escolarizados. Em 2002, apenas 1% da população tinha ensino superior e 13% o ensino médio completo, enquanto 51% eram analfabetos. Em 2013, 5% possuíam diploma universitário e 35% o ensino médio, e o número de analfabetos caiu para 33%. O estudo é uma parceria do Data Popular com Celso Athayde, ex-dirigente da Central Única de Favelas (CUFA).

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