Locadoras de carros aceleram para a Copa
Aumento da penetração do serviço é o principal desafio do segmento de rent a car
Aumento da penetração do serviço é o principal desafio do segmento de rent a car
Janaina Langsdorff
9 de maio de 2012 - 8h30
Assim como em outros mercados ligados ao setor de turismo, os players do segmento de aluguéis de carro esperam que a Copa de 2014 seja o motor de arranque para o crescimento do negócio no Brasil nos próximos anos. A principal aposta é na procura a ser gerada pelos 3,6 milhões de pessoas, dos quais 600 mil turistas, que devem fazer mais de oito milhões de viagens durante o Mundial da Fifa, segundo o Ministério do Turismo.
“Estamos em negociação com a Fifa para transformar a Localiza na locadora oficial de carros da Copa de 2014”, antecipa Herbert Viana, diretor de marketing da companhia mineira, a maior locadora de carros do Brasil, com 96 mil veículos distribuídos em 350 agências.
Enquanto a bola não rola, o diretor de finanças da Localiza, Roberto Mendes, afirma que a categoria de rent a car cresce a reboque do PIB nacional. “O avanço equivale a quase três vezes o crescimento do País”, compara Mendes. Entre janeiro e março, a receita líquida da Localiza aumentou 13,7%, para R$ 774,7 milhões. Para o acumulado do ano, a previsão é faturar entre 15% e 20% mais do que no ano passado.
Em agosto de 2011, a empresa anunciou um aporte de R$ 2,7 bilhões para dobrar a frota até fevereiro de 2013. Já em mídia, o investimento foi de quase R$ 13 milhões em 2010, segundo o ranking Agências & Anunciantes. Com o slogan “A Localiza vai com você”, o trabalho busca aumentar a penetração da marca, que alcança apenas 10% dos 22,5 milhões de pessoas das classes A e B brasileiras (segundo a Fundação Getulio Vargas) — alvo principal do rent a car.
Fundada em 1973 com seis fuscas usados, a Localiza está listada na Bovespa desde 2005 e hoje tem dois terços do seu faturamento gerado pela locação de automóveis. O restante é obtido com a terceirização de frotas, outro segmento que amplia o horizonte de oportunidades das locadoras.
“As empresas foram atraídas pela redução de custos fiscais e tributários”, diz João Claudio Bourg, presidente executivo Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla). Esse segmento trafega sob uma forte concentração, que chega a 85% entre as quatro líderes mundiais. Estima-se que no Brasil essa participação não ultrapasse 45% na mesma base de comparação. O presidente da Unidas, Pedro Almeida, lembra que só 5% da frota corporativa do País é terceirizada, cenário que mostra um elevado potencial de expansão.
Estratégia de corrida
A parceria com a Enterprise Holdings, dona de uma frota com 1,2 milhão de veículos e faturamento anual de US$ 14 bilhões, foi a saída da Unidas para dar o seu empurrão no setor, especialmente no rent a car. Numa clara movimentação impulsionada pelo turismo, o segundo player nacional com 30 mil carros e receita líquida de R$ 670,9 milhões em 2011, vai franquear duas marcas da multinacional americana, a Alamo e a National, enquanto a Enterprise atenderá aos clientes da Unidas no exterior.
O negócio integra uma série de mudanças feitas pela Unidas em 2011. Em junho, a empresa controlada pelo grupo português SAG captou R$ 300 milhões após vender 47,2% de suas ações para os fundos de investimentos Gávea, Vinci e Kinea. Em novembro, escolheu a Loducca para administrar sua verba de marketing, avaliada em cerca de R$ 7 milhões ao ano. “O acordo nos permitirá atender à demanda sem risco de investir numa frota que pode ficar ociosa depois dos eventos esportivos”, explica Pedro Almeida. Criada em 1985, a Unidas pretende acrescentar 22 lojas à sua atual rede, composta por 121 unidades e 300 mil clientes.
Almeida reconhece no baixo percentual de penetração do rent a car a chance para mover o crescimento da Unidas. A análise, aliás, é unânime entre os empresários do setor. “Lidar com a falta do hábito de locação de carros pelos brasileiros é um dos nossos principais desafios”, admite Helio Netto, diretor de vendas e leasing da americana Hertz, que opera no Brasil com 131 lojas.
Para ampliar a adesão ao serviço, a empresa fundada em 1918 recorre a pacotes promocionais, parcerias com bancos, grupos hoteleiros, companhias aéreas e até com seguradoras. A comunicação fica a cargo da agência Rai, autora de peças que utilizam o conceito “Viajando na velocidade da Hertz” para criar a percepção de que alugar um carro é rápido e fácil.
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