Oportunidades da Copa ? Porto Alegre
Projetos do governo local e da mídia produzem expectativas e estimulam ações ligadas ao torneio
Projetos do governo local e da mídia produzem expectativas e estimulam ações ligadas ao torneio
Meio & Mensagem
10 de novembro de 2011 - 11h02
Por Antonio Carlos Santomauro
Como ocorre na maioria das cidades anunciadas como sede, persistem ainda muitas dúvidas relativas ao efetivo cumprimento do cronograma de projetos de infraestrutura programados pelo poder público do Rio Grande do Sul e da capital, Porto Alegre, para a recepção do evento. As obras do próprio local destinado a receber os jogos, aliás, estiveram paralisadas em vários dos últimos meses.
Mas, graças à força da economia gaúcha e à estrutura sólida e altamente profissional de seu mercado da comunicação, na atividade de desenvolvimento de projetos publicitários e de mídia relacionados ao evento o Rio Grande do Sul parece estar hoje entre os mais adiantados dos estados brasileiros.
De maneira bastante previsível, o pioneiro entre esses projetos tem origem no grupo RBS, que ainda este ano deve apresentar ao mercado seu pacote de Copa do Mundo.
Esse pacote começa a ser implementado no início de 2012 e, com exceção das emissoras de TV afiliadas da Globo, envolverá praticamente todo o restante do vasto arsenal de veículos controlados pela RBS no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina: oito jornais, 24 emissoras de rádios, diversos portais e outros produtos de web, plataformas móveis, além da TVCom (TV comunitária de Porto Alegre).
“Já mapeamos as áreas dos dois estados mais interessantes para ações de ativação”, conta Felipe Sampaio Goron, diretor de planejamento e marketing do grupo RBS. “Nosso projeto terá também um componente mobile muito forte. Até 2014 o celular será algo muito diferente daquilo que é atualmente”, ele acrescenta.
Composto por uma emissora de TV afiliada da Rede Record, pelo jornal Correio da Manhã e pela rádio Guaíba (que há várias edições transmite o torneio), o grupo Record RS também desenvolve seus projetos de Copa: no ano passado, envolveu todos os seus veículos e obteve o patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Conceitos e ações
Enquanto a mídia prepara seus pacotes comerciais, o poder público investe para tornar desde já bastante visível a presença da Copa no Rio Grande do Sul e desenvolve ações mais elaboradas para sua divulgação.
Atualmente, o governo gaúcho trabalha no desenvolvimento do projeto itinerante provisoriamente batizado Caravana da Copa, a ser implementado por meio de um caminhão dotado de atrações como biblioteca virtual sobre o tema, jogos e um gramado sintético sobre o qual os moradores das regiões visitadas poderão brincar com antigos astros do futebol local.
“Essa caravana começará no início do ano que vem e durará até 2014, percorrendo cerca de cem municípios do estado e de países como Argentina e Uruguai”, adianta Fábio Ramos Berti, coordenador de comunicação social do Comitê Gestor da Copa do governo do Rio Grande do Sul.
Esse mesmo governo hoje já divulga a Copa através de estandes dedicados ao torneio em eventos como a Expointer (grande feira agropecuária realizada anualmente na cidade gaúcha de Esteio). “Trabalharemos na qualificação dos profissionais de comunicação do estado, por exemplo, levando a jornalistas do interior palestras de repórteres e fotógrafos que já acompanharam Copas”, conta Berti.
A prefeitura de Porto Alegre contratou uma consultoria para auxiliá-la na elaboração do projeto de estruturação do município para a Copa do Mundo. “Agora, buscamos um conceito com o qual possamos nos associar ao evento. Algumas possibilidades: cidade acolhedora; multiétnica; polo cultural forte, entre outras”, cita o secretário de comunicação, Flávio Dutra. “Pensamos também em definir um conjunto preliminar de conceitos e marcas, e submetê-los à escolha popular”, acrescenta Dutra.
Cronograma
Embora existam alguns exemplos isolados, ainda é pequena a quantidade de empresas e marcas efetivamente empenhadas no desenvolvimento de ações de comunicação vinculadas à presença da Copa no Rio Grande do Sul, observa Daniel Skowronsky, diretor da agência Globalcomm e presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP).
Na sua opinião, o setor publicitário deveria definir um cronograma de ações que lhe permitisse preparar-se para o evento. “Por enquanto, até mesmo por existir ainda muita indefinição sobre o que poderão ou não fazer as marcas que não são patrocinadoras do evento, parece que esse assunto não entrou efetivamente na pauta de discussões nem de agências nem de clientes”, destaca.
Alfredo Fedrizzi, diretor da Escala, confirma essa informação relativa à ausência de debates mais estruturados sobre projetos relacionados à Copa do Mundo. Mas sua agência, ele destaca, já se prepara para esse evento: desde o início do ano conta com um núcleo de profissionais que, além de publicitários, são também “apaixonados por futebol”.
Composto por integrantes de várias áreas da agência, esse núcleo trabalha na concepção das diversas possibilidades de associação entre marcas e futebol. “Temos clientes associados ao esporte, como Vonpar, Banrisul e Colombo. Mas podemos, por exemplo, pensar em desdobrar os atuais patrocínios do Banrisul em produtos, ações de relacionamento, eventos”, pondera o diretor da Escala.
Leia a reportagem completa na edição Meio & Mensagem Especial Oportunidades da Copa
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