Oportunidades da Copa – Rio de Janeiro
Cidade aproveita entusiasmo econômico, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos
Cidade aproveita entusiasmo econômico, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos
Meio & Mensagem
8 de novembro de 2011 - 3h35
Por Igor Ribeiro
Há um clima positivo no Rio de Janeiro: a cidade vê crescer o saldo de investimentos privados há anos e a gestão de segurança pública conquista admiradores desde o lançamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em 2008. Da mesma forma, esse clima não para em 2011: além da Copa, é a cidade dos Jogos Olímpicos de 2016. Difícil conter tanta euforia. "Há no ar um wishfull thinking, no mínimo é um pensamento positivo que paira”, diz Gustavo Bastos, sócio da agência 11:21. “Isso está fazendo do Rio de Janeiro a capital da economia criativa no Brasil.”
A crescente atenção direcionada ao estado inspirou o lançamento, em maio de 2010, da Rio Negócios, uma agência que busca atrair investimentos para cidade, formatada aos moldes da Think London. Em seu primeiro ano, a agência brasileira ajudou a gerar mais de R$ 750 milhões em negócios para o Rio de Janeiro. A diretoria é composta por integrantes de diversos setores da economia, entre eles, Maria Sílvia Bastos Marques, presidente da Empresa Olímpica Municipal, entidade criada pela prefeitura para orquestrar os grandes eventos esportivos que virão – Copa inclusa. “Existe um enorme interesse sobre a cidade e o estado do Rio de Janeiro”, comenta ela. “Precisamos aproveitar o momento para construir um legado para a população.”
Segundo Maria Sílvia, o calendário esportivo é tonificado por um complexo econômico que inclui a exploração de gás e petróleo, principalmente aquela destinada à camada de pré-sal. Também são feitos altos investimentos em indústria e tecnologia, trazendo para a região grandes empresas como General Eletric, IBM, L’Oréal e Nissan.
“Esse ciclo de investimentos se alimenta de coisas positivas. E quanto mais você tem visibilidade, mais você se estrutura, mais interesse existe”, diz Maria Sílvia. “Estamos gerindo o Estado do Rio de Janeiro utilizando as mesmas técnicas de gestão da iniciativa privada”, explica o vice-governador e coordenador executivo de infraestrutura do estado, Luiz Fernando Pezão. “Planejamento, metas de desempenho, remuneração variável são instrumentos que utilizamos no nosso dia a dia”, afirma ele, que é o responsável no governo estadual pela supervisão dos processos envolvendo Copa e Olimpíada.
Mídia e comunicação
Tamanho entusiasmo com a economia não passa ao largo da comunicação: veículos e agências aproveitam essa agenda positiva. Os planos e as metas se tornaram mais ambiciosos e a percepção de mudança é ainda mais latente se comparado o momento atual com o Rio de algumas décadas atrás.
Para Flávio Martino, diretor executivo da Giacometti, “a publicidade no Rio parou de chorar São Paulo”. Segundo ele, o empresariado carioca não se ressente mais do fato de diversas contas importantes terem migrado durante as décadas de 1980 e 1990, quando o complexo social do Rio passou a afugentar negócios, enquanto o mercado paulista indicava uma segurança econômica crescente. “Hoje, as agências cariocas sabem trabalhar as peculiaridades das contas locais. Tem um crescimento sem ressentimento e tem empresas de São Paulo até voltando para o Rio.”
Emissoras, rádios e sites de internet também já começam a pensar formas diferenciadas de tornar as mídias atraentes. As oportunidades em meio jornal são particularmente expressivas no Grande Rio, a região com maior número de leitores de jornais do país (quase seis milhões de pessoas). Na lista dos 20 jornais de maior circulação em 2010, seis são fluminenses.
Entre os diários mais bem posicionados está O Globo, em terceiro lugar (atrás do mineiro SuperNotícia e da Folha de S.Paulo). O jornal tem discutido estratégias relacionadas à Copa do Mundo, já oferecendo, inclusive, produtos aos clientes. “A estratégia de cobertura e aproveitamento das várias etapas que antecedem a Copa é uma realidade na Infoglobo desde o início de 2011, quando lançamos o projeto 2014 Hoje”, explica André Marini, gerente comercial do grupo.
A concorrência não fica atrás. A Ejesa tem trabalhado planos de marketing com grandes marcas patrocinadoras do esporte que também estão diretamente relacionadas à aceleração econômica do Rio de Janeiro. “Temos usado todos os produtos do grupo, principalmente O Dia, Marca Brasil e Brasil Econômico para discutir os temas interessantes em relação ao Rio de Janeiro”, conta Paulo Fraga, diretor executivo. Segundo ele, o grupo conta com profissional específico para pensar em projetos sobre o tema e colaborar para organizar a transversalidade das ações.
Leia a reportagem completa na edição Meio & Mensagem Especial Oportunidades da Copa
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros