Meio & Mensagem
27 de abril de 2011 - 2h40
Desconheço a edição brasileira do livro The Fall of advertising & the rise of PR, por isso, de antemão, me desculpo com os eventuais editores tupiniquins de Al Ries e sua filha Laura.
O fato é que, em se confirmando o desprezo do mercado editorial brasileiro pelo título, há uma lacuna nos diagnósticos sobre a relevância das mídias sociais no Brasil e sua eventual influência no panorama da mídia nacional.
Ries não poupa argumentos para declarar a pleno pulmões que a propaganda morreu e não tem mais função para a construção das marcas e que esse papel é exercido pelas relações públicas. Portanto não há serventia no debate nacional a respeito do uso das redes sociais pelas agências de propaganda, afinal elas não sabem fazer o que se propõe a debater.
Há alguns anos Al Ries esteve no Brasil para uma palestra em uma faculdade paulistana e fez a apresentação dos argumentos e fatos que o levam a acreditar que a propaganda acabou como instrumento de comunicação. Na época o fato mereceu nenhum destaque. Mas na época também não mereciam destaque os assuntos que ocupam espaço na mídia especializada de hoje. De igual, mantemos a ignorância sobre o que pensa a família Ries.
Ao evitarmos o assunto, perpetuamos o modelo ultrapassado para o negócio da propaganda. Além de engessados em um sistema funcional que não atende os anunciantes e tão pouco a maioria dos veículos de comunicação, não somos capazes de trazer para o mundo real discussões de inspiração acadêmica.
A mais tradicional instituição de ensino de propaganda no Brasil também não acredita na atividade, mas como não possuí um curso de relações públicas em seu portfólio cria subterfúgios para a formação de um tipo de profissional multifacetário de difícil compreensão para quem estuda e para quem contrata.
Há sinais de todos os lados sobre a necessidade de repensar o negócio como um todo, desde a formação do profissional de propaganda até a execução do serviço de publicidade, passando pela delicada avaliação dos resultados. Esse é um movimento fundamental para que se contraponha, com alguma qualidade, as idéias de Al Ries. De outra forma estamos fadados a nos fingirmos de surdos, agirmos como cegos e gritarmos como mudos.
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