Meio & Mensagem
8 de setembro de 2011 - 10h57
No último dia 30 de setembro, 43 salas de cinema do Brasil transmitiram, ao vivo, direto de Colonia, na Alemanha, o show do Red Hot Chili Peppers, por ocasião do lançamento do novo CD da banda.
Foram 6 mil ingressos vendidos e uma média de ocupação equivalente a 60% das salas, portanto, tecnicamente, cinemas lotados de fãs se deliciando ao som e à luz das telas grandes.
O Brasil está inserido no circuito de países que assumiram a transmissão ao vivo de shows, eventos esportivos, óperas e balés em salas de cinema desde o ano passado. Em 2011 já foram exibidas as finais da UEFA, de Wimbledon, do UFC e, para o próximo domingo, dia 11 de setembro está programada a final da US Open. Sem dúvida há uma aposta dos circuitos exibidores de que esse seja o futuro dos cinemas.
Atender a demanda dos nichos de público com alta qualidade transmissão é o pulo do gato dos distribuidores de conteúdos alternativos junto com a Casablanca Online, empresa responsável pela instalação das antenas, recepção e distribuição do sinal.
O produto é acima de tudo bem cuidado. Já na temporada de óperas do Metropolitan de Nova York 2010/2011, que abriu o caminho para as transmissões ao vivo, havia um especialista contratado capaz de comentar em áudio, também ao vivo, os detalhes das récitas. No caso da final da UEFA entre as equipes do Manchester e Barcelona, o áudio foi provido pela ESPN Brasil, grande incentivadora da iniciativa e que promete para o próximo dia 11 uma impecável transmissão da final da US Open.
Para o Red Hot Chili Peppers os cine-espectadores puderam contar com a opinião de dois conhecedores da banda, um membro de fã clube e um jornalista especializado, além da rara possibilidade de consumir cerveja no interior das salas de cinema, uma concessão exclusiva aos que procuram esse tipo de entretenimento.
A moda vem tomando corpo no mercado de cinema no Brasil. Há uma grande expectativa na instalação de mais antenas capazes de captar os sinais do satélite em um número cada vez maior de salas de exibição, bem como na aquisição de direitos para cinema das grandes atrações internacionais. O mercado anunciante também está bastante receptivo à idéia. A transmissão da última terça-feira contou com o patrocínio exclusivo da Fiat com lançamento do Fiat 500 e o filme estrelado por Dustin Hoffman e Ricardo Macchi. A platéia adorou.
Boas notícias para um meio que amarga 0,3% da participação nos investimentos publicitários apesar de sinalizar para esse ano um volume superior a 150 milhões de ingressos vendidos. Os conteúdos alternativos podem se transformar em um atrativo para que o mercado anunciante se convença que o consumidor se aproveita e apóia a variada gama de oferta de mídia existente.
* André Porto Alegre é sócio-diretor da Mobz.
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