A ressignificação do Carnaval
O Carnaval pode ser considerado como uma grande plataforma das marcas que passam e, como sinônimo de alegria abre alas para as marcas desfilarem todo o seu glamour
O Carnaval pode ser considerado como uma grande plataforma das marcas que passam e, como sinônimo de alegria abre alas para as marcas desfilarem todo o seu glamour
Meio & Mensagem
5 de fevereiro de 2015 - 12h26
O Carnaval é a maior manifestação cultural do Brasil! Festa popular que reúne milhares de pessoas nas ruas, nas passarelas do samba e em clubes de todos os cantos do País. Mas engana-se quem pensa que essa comemoração teve origem aqui.
O carnaval é a festa profana mais antiga que se tem registro, já que existe há mais de 3 mil anos. Suas raízes mais remotas encontram-se na Grécia Antiga, no culto ao deus Dionísio. As primeiras seguidoras do deus foram mulheres que saíam aos bandos com o rosto coberto de pó e com vestes transformadas ou rasgadas, cantando e gritando nos dias permitidos. Era um momento para escaparem da vigilância dos maridos para poderem cair na folia. Os homens não demoraram em aderir a essa celebração.
Ainda assim entende-se que o Carnaval tem múltiplas origens, com diferentes significados e contextos que levara ao seu nascimento em cada região. No Brasil, chegou por meio dos portugueses e com o nome de intrudo, baseado principalmente em brincadeiras em que pessoas sujavam umas as outras como o mela-mela. "Havia uma distinção social nessa festa. As famílias brancas brincavam nas casas e os escravos brincavam nas ruas".
O Carnaval passou a ser um ritual constituído por um conjunto de manifestações da cultura popular através de elementos próprios como confetes, máscaras, fantasias e marchinhas que simbolizam e dão significado ao carnaval, além de possibilitarem o indivíduo a ser quem ele quiser neste período, desprendendo-se de comportamentos cotidianos. O que importa é unir o corpo, a música, a fala e a dança em prol do riso, novas formas de comunicação, expressão e construção identitária no período de momo.
O carnaval enaltece o passado, o tradicionalismo através das representações históricas e, também enaltece a cultura popular respeitando valores de cada parte do Brasil onde as manifestações carnavalescas são parte integrante da história do lugar como o frevo e o maracatu em Recife e Olinda, o axé em Salvador, o samba, os blocos de rua e as marchinhas no Rio de Janeiro. Em paralelo, tanto o tradicionalismo como a cultura popular são ressignificados a partir da incorporação de outros elementos que não fazem parte do campo do carnaval. Um bom exemplo disso é a cultura pop, especialmente norte-americana, estando cada vez mais presente nas festividades de Momo.
É comum nos bailes, nos blocos, nas ladeiras e ruas encontramos Batman, Superman, Darth Vader, Angry Birds, Marylin Monroe, Amy Winehouse, etc.
Isso não significa dizer, no entanto, que no carnaval brasileiro não vemos mais a representação de personagens importantes e integrantes do universo do país. Presidentes e outros políticos, esportistas, personagens de novelas, artistas são temas de fantasias e muitas vezes, são usadas com o objetivo de criticar uma determinada situação. O brasileiro, não só se diverte no carnaval, mas também aproveita a oportunidade para exprimir sua opinião num momento em que a liberdade é praticamente condição sine qua non.
E, ao longo dos anos, o carnaval brasileiro tem sofrido algumas ressignificações. Uma talvez seja mais perceptível e está relacionada com a própria mercantilização do ritual. O carnaval é um negócio que dá lucro. Escolas de Samba movimentam milhões não só dos brasileiros, mas também dos turistas que querem vivenciar o país do carnaval. Some-se aí as cotas de patrocínio dos eventos de rua, bailes e blocos e principalmente, a espetacularização pela grande mídia de um ritual, que por si só, já é espetáculo.
É neste cenário que as marcas também participam desta grande festa!
Como ressalta uma tradicional marchinha brasileira “Oh abre alas que eu quero passar…”, o Carnaval pode ser considerado como uma grande plataforma das marcas que passam e, como sinônimo de alegria abre alas para as marcas desfilarem todo o seu glamour.
Visibilidade é a palavra de ordem nessas grandes festas.
*Diego Oliveira é diretor de contas da Ipsos Media CT
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