Até onde é possível ir?

Milena Seabra
31 de janeiro de 2012 - 11h47

Não quero ser repetitiva, mas estamos de fato vivendo a era da reinvenção de muitos negócios. Hoje tudo parece ser diferente. Conquistar a atenção e fazer parte da vida do consumidor têm sido um desafio cada vez maior. Nesse cenário, acompanhamos empresas surgirem e desaparecerem, vemos um simples comercial paraibano ser viralizado e uma celebridade instantânea tomar conta do país, chegando aos principais programas de televisão.

Já não é possível pensarmos em categorizar as organizações, pois todas buscam se reinventar, com o objetivo de encontrar novos caminhos para conquistar e seduzir o consumidor. Vamos fazer uma reflexão sobre as empresas que estão dominando o mundo da tecnologia, da interatividade e do consumo, já que suas apostas e movimentações impactam em toda a cadeia da comunicação. Há algum tempo a Apple fazia eletrônicos de consumo, o Google queria ser o maior e melhor mecanismo de busca, a Amazon era apenas uma loja virtual e o Facebook uma rede social na web que desejava conectar pessoas no ambiente virtual. E hoje, o que querem essas empresas? Onde querem chegar no futuro?

O fato é que são essas 4 empresas chamadas de quarteto fantástico, que definem hoje o caminho da tecnologia da informação e do entretenimento, pois vão além na busca pela conexão com as pessoas e, consequentemente, obtém cada vez mais lucros por isso.
Hoje vemos um mix na atuação de todas elas, telefones móveis, tablets, aplicativos mobile, redes sociais, entre outros. A Amazon já criou um serviço de dados na nuvem e agora aposta no setor de mídia digital, com a pretensão de incomodar a Apple, Jeff Bezos quer atacar o Ipad. Já o Google, que tinha a pretensão de catalogar as informações do mundo, hoje desafia o Facebook, com sua rede social Google +, além disso ainda comprou a Motorola Mobility e domina o compartilhamento de conteúdo com o You Tube.

O Facebook, com seus 800 milhões de usuários, já deixou de ser a maior rede social e atua como o maior viabilizador da comunicação humana. O que chama a atenção nessas quatro gigantes, além da excelência competitiva, genialidade estratégica e maestria em execução, é a rápida movimentação e as grandes apostas.

Todas já acreditam na era pós PC. A mobilidade através dos smartphones, tablets e outros dispositivos móveis fáceis, a conexão com as pessoas em todas as suas transações online e principalmente a busca pela informação para entender cada vez mais o perfil comportamental do usuário, pois através dos dados gerados nessas transações, é possível garantir a assertividade na venda de anúncios e consequentemente um maior retorno ao cliente.

Muitas novidades ainda estão por vir, sabemos do grande desejo em mudar o mundo da televisão e em dominar a forma das pessoas consumirem informação e entretenimento, mas tenho dúvidas de até onde elas podem ir, até onde podem dominar o mundo da informação e do consumo. Acredito que ainda veremos muitas coisas acontecerem, talvez a briga entre elas possa fragilizar esse cenário, talvez algum novo start up traga ideias ainda mais inovadoras ou ainda o próprio consumidor possa apresentar um comportamento contrário daquele desejado pelo quarteto fantástico.  

* Milena Seabra é diretora corporativa de marketing do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom)