Flavio Ferrari
15 de fevereiro de 2013 - 1h38
A ONU escolheu 13/02 como o dia mundial do Radio.
“Em um mundo em rápida mudança, precisamos usar ao máximo a capacidade do rádio de conectar as pessoas e as sociedades, de dividir conhecimento e informação e de fortalecer a compreensão. Com a capacidade de alcançar 95% da população mundial, o rádio é o veículo com habilidade de alcançar comunidades isoladas e grupos marginalizados a baixo custo.” (Irina Bokova – Diretora Geral da UNESCO)
Outro dia, dois jovens de alto poder aquisitivo e nível educacional (genericamente classificáveis como Classe A) discutiam, no Facebook, a campanha promocional de uma companhia aérea veiculada exclusivamente pelo Radio. Segundo eles, tratava-se de um erro de planejamento de mídia, já que o Rádio não seria capaz de atingir com eficiência o público-alvo da empresa (a mesma Classe A) que, nos dias de hoje, estaria consumindo músicas e notícias na Internet.
Não preciso dizer que a simples observação de que tanto eles como eu havíamos sido “alcançados” pela mensagem colocava em dúvida seu conceito de inadequação. Os rapazes concordaram com o argumento irrefutável de que, pelo menos com base nessa pequena amostra, a Classe A andava ouvindo Rádio e, dada a pouca concorrência (clutter), era capaz de lembrar dos spots dirigidos a ela.
Irina provavelmente está correta quando afirma que o Rádio é o veículo com habilidade para alcançar comunidades isoladas e grupos marginalizados a baixo custo, algo que interessa à UNESCO. Mas também está correta, pelo menos em ordem de grandeza, quando menciona que 95% da população pode ser alcançada por Radio. Os 5% restantes, não alcançáveis pelo meio, certamente não são da Classe A.
Pelo visto o pessoal do marketing e os mídias que atendem a tal companhia aérea sabiam bem o que estavam fazendo.
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