Assinar

Michel Teló, Jay-Z & Charlie, não necessariamente nessa ordem

Buscar

Michel Teló, Jay-Z & Charlie, não necessariamente nessa ordem

Buscar
Publicidade
Ponto de vista

Michel Teló, Jay-Z & Charlie, não necessariamente nessa ordem


14 de fevereiro de 2012 - 11h05

De acordo com o ranking do YouTube, o vídeo de Michel Teló “Assim você me mata” é o 9º mais assistido de todos os tempos (até a hora em que escrevo este posting, contabilizava 161.760.087 views).

Todos os oito que o superam foram lançados pelo menos dois anos antes e já não acumulam mais tantos clicks, enquanto Teló cresce a cada dia. Ainda falta muito para chegar perto de “Charlie bit my finger – again!”, o campeão absoluto, com 418.459.798 views, mas, mantido este ritmo de crescimento, não estranharei se uma hora dessas Teló for medalhista.

Enquanto isso, nós, pobres marqueteiros, ficamos felicíssimos quando uma de nossas campanhas virais atinge um milhão de views. Isso é motivo de comemorações, com envio de emails para a matriz e agências submetendo o case para Cannes.

Se você faz parte deste grupo, parabéns. Um milhão é uma bela marca. Agora só faltam outros 160 milhões para se igualar ao Teló !

A verdade é que, por mais que nos esforcemos, são poucas as marcas interessantes o suficiente para competir em igualdade com o esporte, música, etc. Muito poucas.

Por isso é tão importante usar as paixões dos consumidores para escrever a história de nossas marcas. Conteúdo é o que faz a diferença. Não interessa se é próprio, comprado, emprestado… Simplesmente porque estes assuntos são mais importantes do que a sua “nova embalagem, agora com mais verde”.

Nove das dez campanhas que mais me marcaram falavam de assuntos que me interessavam. Sim, havia marcas e eu lembro bem delas. Mas o que as fez memoráveis não foram as marcas, posso garantir…

O Zico, em 1982, jogando a camisa pro garoto no comercial da Coca-Cola, é inesquecível. Mas porque eu gostava de futebol (depois passei a gostar da Coca-Cola também). Ponto pra Coca-Cola que soube se associar ao futebol tão bem.

Muitas empresas já se deram conta disso. Basta ver o mercado de patrocínios no Brasil, que nunca esteve tão aquecido. Com a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas se aproximando, isso só tende a piorar (ou melhorar, não sei).

Enquanto as marcas não acordarem para esta realidade continuarão comemorando seu milhão de views. Enquanto isso, Michel Teló segue firme rumo ao topo. Rindo das nossas campanhas e do Jay-Z (o coitado é só número 18 e seu vídeo “Empire State of Mind” não chega nem a 129 milhões).

* Ricardo Fort é diretor global de marcas da Danone Paris

Publicidade

Compartilhe

Veja também