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Ponto de vista

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21 de novembro de 2011 - 1h35

Eu tenho um iPhone e um Mac Book.

Tinha um Blackberry e um notebook, mas aproveitei que estava mudando algumas coisas na minha vida profissional para experimentar novas plataformas. Isso requer tempo e esforço, mas não deixa de ser um bom exercício mental.

Antes de comprar o iPhone andei visitando uns grupos de discussão sobre o assunto. A opinião mais frequente era a de que o iPhone seria a melhor opção de smartphone para quem não precisa telefonar ou ler e-mails.

Maldade. Dá para telefonar e para ler e-mails. E ele ainda tira fotos e filma bastante bem para um telefone.

A experiência mais frustrante acontece quando tentamos usar o browser para acessar páginas na internet.

Mas não é culpa do aparelho em sí. É conseqüência do fato de que os sites vem sendo construídos partindo do pressuposto de que todos tem banda larga profissional e computadores de ultima geração com tela grande, com raras e honrosas exceções.

Conexão 3G na telinha do smartphone acaba com a paciência de qualquer um que tente o acesso de algo diferente de uma boa e velha página no formato html.

Outro dia instalei o aplicativo para leitura de QR code (aquele código de barras bidimensional) para acessar mais informações sobre um anúncio de uma imobiliária.
O aplicativo funcionou perfeitamente, mas o hotsite do empreendimento não havia sido pensado para visualização num smartphone ! Frustrante.

Sou um fã curioso dos novos gadgets mas, como profissional, fico aflito com a maneira pela qual estão sendo usados como mídia.

A ansiedade de “estar presente” anda gerando um verdadeiro “vaudeville” midiático: os autores estão mais preocupados com a repercussão da ação do que com sua efetividade essencial.

Por um lado, é experimentando que se aprende.

Mas por outro, corremos o risco de desmotivar os usuários e ter que investir para recuperá-los depois.

* Flavio Ferrari está à frente da consultoria Unit 34

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