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Não precisamos de publicitários cubanos

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Ponto de vista

Não precisamos de publicitários cubanos


14 de outubro de 2013 - 10h47

O Brasil possuí 370 escolas de publicidade e propaganda. Elas fazem parte de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas, e estão distribuídas por 25 unidades federativas mais o Distrito Federal. Só o Acre não possui uma faculdade de publicidade e propaganda.

Essas IES reúnem 60 mil alunos matriculados e formam anualmente 11 mil novos publicitários, o suficiente para povoar com dois novos profissionais por ano cada um dos municípios brasileiros.

Há situações bem curiosas, por exemplo, em Minas Gerais existem 38 faculdades dedicadas a formar publicitários mineiros, 11 na capital Belo Horizonte. No Rio Grande do Sul são 20 e somente quatro na capital gaúcha. Portanto supõe-se que os interiores de Minas e do Rio Grande absorvem bem essa mão de obra.

Já em Santa Catarina existem 16 faculdades de publicidade e nenhuma está na capital Florianópolis, enquanto as 10 IES do Ceará se encontram todas em Fortaleza. Somente o Piauí e Roraima possuem uma única faculdade, ou seja, estados como Amapá e Rondônia possuem mais de uma instituição para a formação de publicitários. Em São Paulo são 135 faculdades, 82 delas no interior paulista.

Creio que isso é motivo de orgulho para todos os profissionais de propaganda brasileiros. É muito bom saber que sessenta mil jovens, nos melhores anos de suas vidas, decidiram estudar para exercerem a profissão.

Essa semana o Ministério da Educação divulgou as notas atribuídas às IES de publicidade e propaganda a partir da prova do ENADE, Exame Nacional de Desempenho Escolar, realizada pelos formandos em 2012. Esse exame ocorre a cada três anos e objetiva avaliar o grau de conhecimento dos futuros profissionais. As notas individuais compõem uma avaliação de
um a cinco para a faculdade.

Nenhuma escola da capital paulista ou carioca conseguiu a nota máxima. Ou seja, os dois supostos polos de produção da propaganda nacional não são centros de excelência na formação de publicitários. As mais tradicionais IES dedicadas há anos ao ensino da propaganda não conseguem mobilizar seus futuros egressos para realizarem satisfatoriamente a difícil prova e dessa forma não macularem a faculdade com notas que podem não representar totalmente a verdade, mas serão referências pelos próximos três anos.

Além dos eventuais boicotes de alguns alunos, fruto da prepotência de quem não admite submeter seus conhecimentos ao crivo estatal, há a curiosa iniciativa das universidades estaduais paulistas que, tão prepotentes quanto, se sentem imunes a qualquer tipo de avaliação.

Parabéns às IES que tiveram a nota máxima. Essas honraram os surpreendentes números regionais do ensino da propaganda no Brasil. São elas: Universidade de Brasília, Universidade Federal de Sergipe, Centro Universitário de Votuporanga (SP), Universidade Paulista de Araçatuba (SP), Universidade Paulista de São José dos Campos (SP), Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Ijuí), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade de Pernambuco, Universidade Federal Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Goias, Centro Universitário de União da Vitória (PR), Centro Universitário da Grande Dourados (MS), Universidade Estadual do Piauí, Universidade do Estado de Minas Gerais (Frutal), Universidade Estadual do Centro Oeste Paranaense (Guarapuava), Faculdade Metropolitana de Guaramirim (SC) e Faculdade Pitágoras de Divinópolis (MG).
 

André Porto Alegre é diretor comercial da Mariana Caltabiano Produções
 

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