Meio & Mensagem
8 de agosto de 2014 - 3h54
O episódio Concepção (abaixo) da produtora Porta dos Fundos é um exemplo do que irá ocorrer com os nossos filhos caso a sugestão da proibição da propaganda infantil prevaleça. No esquete um jovem casal recebe informações básicas de um médico de como deve proceder para que a mulher engravide e eles tenham um filho.
A ideia dos detratores da autorregulamentação é impor à sociedade um regime de desinformação e provocar equívocos como o do casal da ficção de humor em que adultos não sabem como os seres humanos se reproduzem.
Sem a informação representada, entre outros, pela propaganda ética e de responsabilidade, os jovens brasileiros ficarão a mercê das vontades dos institutos da ignorância, que são os financiadores da pregação nacional a favor do cerceamento do direito de se informar.
Proibir propaganda para crianças significa o mesmo que apartá-las da sociedade em nome de protegê-las contra os malefícios do consumo. Os males do consumo devem ser encarados pelo conjunto da sociedade de forma democrática como é a proposta a autorregulamentação e não de maneira autoritária como querem fazer valer os defensores do obscurantismo.
A autorregulamentação é mecanismo legítimo da sociedade para equilibrar as forças entre os apelos ao consumo e o necessário zelo aos indivíduos em formação. Ao defenderem a proibição de toda a propaganda para crianças, setores retrógrados do “Brasil da Casa Grande” insistem em tutelar os cidadãos como se esses não fossem capazes de escolherem o seu destino.
A educação para o consumo é o melhor antídoto contra os abusos da propaganda, mas isso é um ato de liberdade desconexo do mantra dos institutos que pregam a força como método para fazer valer suas vontades. Isso faz com que os agentes da propaganda nacional enfrentem as correntes monocráticas dispostas a fomentar uma falsa polêmica a fim de verem prosperados seus anseios de controle e domínio sobre os brasileiros.
Às escolas de publicidade, entidades representativas da propaganda, dos anunciantes, dos veículos e aos setores de produção cabe a resistência contra a violência desses “senhores de engenho” modernos e “coronéis” contemporâneos, entrincheirados na defesa da censura.
Não é de hoje que poderosos setores da economia tentam impor suas vontades a despeito de qualquer propositura para o dialogo. Não precisam de conversas por que sabem que esse exercício dialógico é um fator preponderante para uma sociedade evoluída e isso não lhes interessa, afinal eles são bons de grito, mas péssimos na fala.