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O legado de Cannes

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Ponto de vista

O legado de Cannes


24 de julho de 2013 - 12h14

O que Cannes tem de mais incrível é a sua capacidade de inspirar. Passado um mês do festival ainda somos impactados por todas as discussões e fantásticas referências que reúnem as mais brilhantes mentes da publicidade mundial. Talvez eu devesse arriscar dizer não só da publicidade, como também da comunicação e da tecnologia a serviço dessa indústria.

Cannes tem um legado prático e isso ninguém discute, mas a maior riqueza nisso para mim tem sido perceber o movimento que existe Pós Cannes, nos profissionais que voltam alimentados pela avalanche de informações e ideias que circulam nas salas do Palais e que sentem uma incrível necessidade de compartilhar as referências e experiências. São muitos os grupos que se reúnem por todo país para dividir a riqueza absorvida na fonte, aliás, foi finalizando a apresentação que farei para toda minha equipe que fiz essa reflexão.

Na última semana, por exemplo, o Grupo de Planejamento e Atendimento de Curitiba reuniu alguns profissionais e seus associados para um debate sobre Cannes. No debate tinham profissionais de clientes e agências, alguns com a primeira experiência de Cannes, como eu, por exemplo, outros que estiveram presentes nos últimos cinco anos e ainda os que não estiveram nessa última edição. O encontro foi muito interessante e abordou os principais cases e seminários, as peças vencedoras foram apresentadas e a discussão trouxe uma certeza em comum a todos, essa evolução dos meios já é realidade e a criatividade precisa estar em sintonia com a tecnologia a serviço das pessoas.

Vale uma reflexão sobre isso!

Sobre a evolução dos meios, o que vimos lá foi marketing e mídia, criatividade e tecnologia tudo ao mesmo tempo. A tecnologia chamou atenção por ocupar um espaço de destaque nos Seminários, com a presença de empresas como Facebook e Twiter, que mostraram seu poder de escala e conectividade, mas que no fundo estão em busca de capturar mais verbas publicitárias, o Google se colocando a frente do seu tempo para buscar soluções criativas para melhorar a vida das pessoas e o You Tube atingindo a casa de um bilhão de visitantes únicos, com um conceito de que eles não vendem TV, vendem engajamento. Vimos ainda agências como a japonesa Party que tem a tecnologia na sua essência criativa e a presença do MIT Lab encerrando o festival com provocações sobre o futuro.

Quanto à criatividade, nenhum lugar reúne tanta criatividade e ideias geniais quanto Cannes, mas a essência de toda essa genialidade para mim é o respeito à personalidade das marcas. Os cases premiadíssimos “Real Beauty Sketches”, da Ogilvy Brasil para Dove, “Dumb ways to die”, da McCann Melbourne para o metrô da cidade e “The Beauty Inside”, da Pereira & O’dell San Francisco, para Intel + Toshiba, mostraram como é possível contar uma história e tangibilizar a essência da marca e sua verdade junto ao consumidor. Nessas campanhas a promessa da marca se faz presente de forma viva e real o que envolveu intensamente o consumidor. Outro ponto importante nesses cases, principalmente no “Dumb Ways to Die” e no “Real Beauty Sketches” foi a integração da mensagem em diferentes canais. Esse é um desafio hoje para todas as marcas, integrar todos os pontos de contato para contar a mesma historia e engajar o cliente.

Cannes mostrou entre outras coisas que os consumidores não esperam que as marcas sejam perfeitas, mas reais e que a historia das marcas devem estar a serviço dos clientes, só assim elas terão relevância.

Milena Seabra é diretora de comunicação e realacionamento do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom)
 

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