Meio & Mensagem
4 de novembro de 2013 - 10h15
No próximo dia 25 de dezembro vamos comemorar o Natal da Copa do Mundo no Brasil. Em 2014, no mesmo dia 25 de dezembro, a Copa já será passado. Admito a irrelevância da informação, mas diante da inércia das empresas que licenciaram o bendito Fuleco creio que é preciso lembrar a indústria e o varejo que a Copa do Mundo já aconteceu e que, de novidade, só nos restas os resultados dos jogos.
O dia da criança da Copa do Mundo já passou, foi no último dia 12 de outubro e, nem eu, nem você, vimos nada. Não houve uma campanha publicitária ou promocional, uma gôndola ou decoração de ponto de venda e, até para encontrar produtos com a marca da Copa do Mundo do Brasil foi difícil.
Isso é fruto da miopia dos empresários e executivos brasileiros que, acostumados com o histórico do desempenho das vendas em período de Copa do Mundo, acreditam que os consumidores se estimulam pelos resultados dos jogos do Brasil. Ou seja, vendem produtos na proporção que o selecionado nacional conquista bons resultados e avança na tabela. Engano. Ou burrice.
Ser sede do campeonato mundial de futebol que reúne as melhores seleções de todo o mundo é um cenário diferente que proporciona o envolvimento do consumidor independente do escore das partidas da seleção canarinho. Acredito que todas as crianças, amantes do esporte bretão, gostariam de ter entre a infinidade de itens de brinquedos que possuem um que remetesse ao fato de serem nativas do país sede.
Além do Natal, ainda teremos a Páscoa e o Dia das Mães da Copa do Mundo do Brasil que, convenhamos, não chegam a ter grande afinidade com o futebol, portanto o verdadeiro esporte nacional continua a ser perder boas oportunidades e reclamar de algum político de coloração diferente. Nisso somos campeões mundiais.
Quem ganhou dinheiro com a Copa do Mundo no Brasil (e é no passado mesmo, porque não há mais tempo para que isso ocorra) foram os fabricantes de tijolos. A indústria da cerâmica vermelha, como é chamada, é composta por 11 mil micros e pequenas empresas, familiares, que empregam cerca de 300 mil colaboradores, responsáveis, em períodos normais, pela produção de 80 bilhões de peças por ano. Dados da Associação Nacional da Indústria da Cerâmica (ANICER).
A expectativa do Ministério da Indústria e do Desenvolvimento brasileiro é que a construção dos estádios “padrão FIFA” provoquem um incremento na ordem de 6% a esse montante. Nada mal para quem não participa da “grita geral” que envolve os fantasiosos números da Copa do Mundo.
Outros segmentos, tais como brinquedos, vestuário, alimentação e quinquilharias em geral, fazem muita marola, mas não vão produzir nenhuma onda. Estão engessados em supostos padrões de consumo que escancaram a mediocridade da indústria nacional.
Aconteceram duas Copas do Mundo no Brasil. De uma, a de 1950, guardamos a lembrança da derrota. Da outra em 2014, ainda não conseguimos nos lembrar de nada.
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