Um golpe para os institutos da desgraça
Pesquisa contraria os fatalistas que reputam à propaganda toda ordem de possíveis desajustes de comportamento das crianças e adolescentes brasileiros
Pesquisa contraria os fatalistas que reputam à propaganda toda ordem de possíveis desajustes de comportamento das crianças e adolescentes brasileiros
Meio & Mensagem
26 de maio de 2014 - 3h43
A divulgação dos resultados parciais da pesquisa Kids of Today and Tomorow – Um olhar bem próximo sobre essa geração – na última edição do Meio & Mensagem (p. 36), promovida pela Viacom com 6,2 mil crianças de nove a 14 anos, em 32 países, é um “tiro de misericórdia” nos institutos da desgraça que tentam contaminar os avanços representados pela autorregulamentação publicitária que, em conjunto com as leis vigentes, orienta o comportamento dos anunciantes de produtos destinados às crianças e adolescentes.
Para o horror dos institutos da desgraça, 92% dos entrevistados brasileiros se declaram muito felizes, 72% preferem fazer as coisas com humor e 91% acreditam que podem colaborar para construir um mundo melhor. “Esses jovens sabem distinguir muito bem as relações verdadeiras das superficiais e, por isso, a família continua ocupando um papel primordial em suas vidas.”, afirma Adriana Pascale diretora de pesquisa da Viacom Brasil.
Os resultados contrariam os fatalistas que reputam à propaganda toda ordem de possíveis desajustes de comportamento (SIC) das crianças e adolescentes brasileiros e que, por isso, devem ser privados da informação representada pela publicidade. O que se depreende é que os "desajustes" é ser feliz, engraçado, transformador e com vínculos familiares. Isso é o oposto da pregação dos institutos da desgraça empenhados na implantação da censura estatal à propaganda infantil.
“Existem processos de regressão democrática que tendem a posicionar os indivíduos à margem das grandes decisões políticas (com o pretexto de que estas são muito ‘complicadas’ de ser tomadas e devem ser decidias por ‘expertos’ tecnocratas), a atrofiar competências, a ameaçar a diversidade e a degradar o civismo. Esses processos de regressão estão ligados à crescente complexidade dos problemas e à maneira mutiladora de tratá-los.”. Esse alerta, do pensador contemporâneo Edgar Morin em Os Sete Saberes à Educação do Futuro, traduz a ideia dos detratores da autorregulamentação publicitária. Esses falsos “paladinos da justiça” se entrincheiram na defesa de princípios pré concebidos e submetem o conjunto da sociedade aos seus caprichos tutelares travestidos de tecnocracia sem qualquer ponto de contato com a realidade como comprova a pesquisa promovida pela Viacom.
“A ética não poderia ser ensinada por meio de lições de moral. Deve formar-se nas mentes, com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade e parte da espécie. Carregamos em nós a tripla realidade. Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana.” exalta Morin no último capítulo do livro em que aborda a ética do gênero humano.
Ocorre que esse pensamento compreensivo não faz parte do cartel de comportamentos dos institutos da desgraça que sabotam a liberdade e subjugam a sociedade em nome de um protecionismo estéril, incapaz de produzir pensamento de qualidade como o representado pela expressão democrática da autorregulamentação publicitária.
Para esses “expertos tecnocratas” uma sociedade capaz de se autorregulamentar significa o risco da perda de controle, “É um problema da vida cotidiana: o desenvolvimento da tecnoburocracia instaura o reinado dos peritos em áreas que, até então, dependiam de discussões.” afirma Edgar Morin.
Quando assumimos o compromisso de implantar um sistema permanente de ajuste da propaganda por meio da autorregulamentação e do conjunto de leis vigentes escolhemos o caminho da compreensão. “A compreensão mútua entre os seres humanos, quer próximos, quer estranhos é, daqui para frente, vital para que as relações humanas saiam de seu estado bárbaro de incompreensão. Daí decorre a necessidade de estudar a incompreensão com base em suas raízes, suas modalidades e seus efeitos. Esse estudo é tanto mais necessário porque enfoca não os sintomas, mas as causas do racismo, da xenofobia e do desprezo.”, alerta Morin que, involuntariamente (será?), traça o perfil dos institutos da desgraça.
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