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Verdade ou mentira?

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Ponto de vista

Verdade ou mentira?

Exemplos de como grande parte do marketing esportivo era feito no Brasil há 10 anos


27 de outubro de 2015 - 4h12

1. Uma corrida de taxi e dois negócios milionários

Há quinze anos um folclórico representante de uma agência de marketing esportivo do Rio veio à Praia de Botafogo no Rio de Janeiro tentar vender as duas últimas placas de campo de um amistoso da Seleção Brasileira na França.

Reza a lenda que ele fechou os dois negócios milionários com uma só corrida de taxi. Uma placa foi para a patrocinadora de bebidas e a outra para a empresa de telefonia, as duas empresas que ocupavam um mesmo edifício de escritórios.

O jovem gerente de marketing da multinacional ligou para seus contatos no escritório de Paris e ficou sabendo que a empresa já tinha direito às mesma placas pelo patrocínio com a Seleção Francesa de futebol.

Haviam comprado duas vezes a mesma placa. O negócio no Brasil foi desfeito.

2. Onde está o dinheiro?

No dia da produção do comercial com um dos maiores jogadores de todos os tempos, o atleta se recusou a filmar porque não tinha sido pago pelo cliente.

O que ele não sabia é que o patrocinador havia pago mas o seu empresário de confiança embolsara a comissão e desaparecera do Brasil. O jogador, depois de ver o contrato e os recibos, filmou e foi resolver a questão na justiça. Até hoje não viu a cor do dinheiro.

3. Amanhã o time não entra em campo

O famoso dirigente da Federação que tinha dívida de milhões com o patrocinador se recusava a pagar. Depois de oito anos, a justiça decretou a apreensão dos seus bens.

O cartola liga tarde da noite para o executivo da empresa para dizer que na semana seguinte o time não entraria em campo por falta de recursos.

Ameaçou fazer uma coletiva de imprensa para dizer para os torcedores que a patrocinadora havia tirado todo o dinheiro deles e não tinham como viajar. Chantagem da mais barata. Era apenas um blefe que não deu em nada. Viajaram, jogaram e perderam como sempre.

4. Amigo

A reunião para todos os patrocinadores globais do evento aconteceu em um hotel dos mais fuleiros do nordeste. Os executivos estrangeiros que estavam acostumados a hospedarem-se em hotéis cinco estrelas reclamaram, mais acabaram ficando lá mesmo. Afinal, não havia nada melhor na região.

A localização era ruim, a infraestrutura precária e o custo do evento foi 10 vezes o que poderia ter custado em São Paulo. Ninguém entendeu nada.

Meses depois descobriram que a decisão foi um favor do dirigente da federação ao amigo dono do hotel. Uma troca de favores que beneficiou duas pessoas e atrapalhou a vida de 200.

Infelizmente, todas as histórias são verídicas. Assim que grande parte do marketing esportivo era feito no Brasil há 10 anos.

Ricardo Fort (@SportByFort) é executivo de marketing internacional baseado em São Francisco, Califórnia
 

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