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São Paulo Motor Experience quer ser o maior do mundo

Organizadora do antigo Salão do Automóvel, a RX Reed Exhibitions está promovendo uma reformulação geral do evento, que acontecerá em Interlagos, de 6 a 14 de agosto


21 de fevereiro de 2022 - 15h37

 

Com novo evento, não serão apenas os pilotos profissionais que poderão ter um gostinho da pista de Interlagos (Crédito: Clive Mason/Formula 1/GettyImages)

Com o objetivo de ser “o maior palco dos festivais automotivos do mundo”, não se pode dizer exatamente que o Salão do Automóvel estará de volta a São Paulo este ano. Isso porque, conforme ressalta Lucas Pimentel, gerente de eventos da RX Reed Exhibitions, o que está sendo planejado para acontecer no Autódromo de Interlagos, de 6 a 14 de agosto é algo muito diferente – e mais abrangente-, como indica até o novo nome: São Paulo Motor Experience.

Os pontos de partida para as mudanças começaram com questionamentos das montadoras globalmente, tanto que levaram até salões tradicionais reverem seus propósitos e ofertas: o de Frankfurt migrou para Munique e o de Paris virou Salão da Mobilidade, saindo de um único local para ações distribuídas por toda a capital francesa. Aqui no Brasil, um dos principais pontos de crítica era justamente a questão da experiência do público e possibilidades para as marcas, limitadas num pavilhão de eventos tradicional — o Salão aconteceu muito tempo no Anhembi, na zona norte da capital paulista e em 2016 havia mudado para o São Paulo Expo, na zona sul.

As disparidades entre os espaços dos expositores, com alguns exibindo estandes gigantescos e outros confinados a espaços muito menores também virou um problema que, em Interlagos, será contornado pelo fato de que cada uma terá à disposição um box normalmente dedicado às equipes de competições esportivas que passam por lá, ou seja, mesma área para todos, mas com cada um customizando suas ativações e experiências ao público da forma que desejar. “A ideia foi equalizar o espaço ocupado por marca. Cada uma agora tem rigorosamente o mesmo espaço que outra, o que dá segurança de que os concorrentes estarão nas mesmas proporções e dimensões. Com isso, os investimentos serão focados em experiência e não em área ocupada”, pontua Lucas.

Lucas Pimentel, gerente da RX: página em branco, sendo escrita a muitas mãos (Crédito: Divulgação)

E, no fator experiência, as opções serão abrangentes, o que se reflete no custo dos ingressos que começarão a ser vendidos dia 28 de abril, 100 dias antes do início do evento: vão de R$ 45 a R$ 7 mil. Neste último caso, o investimento inclui hospedagem em hotel cinco estrelas, ida para o evento em carro com chofer – ou estacionamento e entrada VIPs para quem for da cidade – além de acesso às experiências mais premium de cada marca, com serviço de concierge e direito a um jantar especial.

Do último Salão do Automóvel, em 2018, participaram 29 montadoras, num total de 100 expositores (número que inclui patrocinadores, marcas de autopeças etc.). Agora, a RX está em tratativas com 40 marcas e já tem 17 boxes reservados. Entre as grandes marcas, a BMW foi uma das que já anunciou sua presença no evento em 2022, que estima presença de 750 mil pessoas ao longo dos nove dias.

Uma vez que o ponto no São Paulo Motor Experience é estabelecer uma relação mais sensorial e tátil do público com seus objetos de desejo, e sendo realizado em Interlagos, os carros também irão para as pistas e a previsão é de que sejam realizados até 100 mil test drives, em vez de apenas haver a exposição estática dos modelos.  Os organizadores planejam uma pista principal, On Road, e outras quatro opções para engajar os visitantes: Pista Off-Road, Pista SUV, Pista UTV, Arena Drifting e Arrancada e Pista New Tech (projetada para demonstrações de novidades tecnológicas).

Já o futuro da mobilidade será discutido em espaços como Arena Tech, Arena E&A (para demonstrações de novas tecnologias, como carros elétricos e autônomos), Arena Mobilidade (com opção de test-drive de outros veículos elétricos – bikes e patinetes).

Além disso, a reformatação do evento toma como benchmarks não apenas atrações que são ícones globais do segmento, como o Sema Show, em Las Vegas, e o Goodwood Festival, na Inglaterra, mas eventos de entretenimento, como o Lollapalooza, Rock in Rio e Tomorrow Land. Isso, inclusive, possibilita trazer marcas “não-endêmicas” ao evento, como patrocinadoras. Nessa frente, e apoiada pelo Banco de Eventos, a RX já negocia com uma grande de telecom, uma de alimentos e outra de meios de pagamento. Com isso, além da grande atração, que são os carros, de off-roads aos elétricos, o São Paulo Motor Experience terá uma Arena de E-Sports + Lab Tech, Festival de Música (com shows ao vivo) e Cine Drive In (para os apaixonados por cinema), assim como roda gigante e voos de balão.

Os organizadores do evento, apoiado pela Prefeitura de São Paulo, esperam movimentar mais de R$ 300 milhões na economia do município e gerar perto de 20 mil empregos diretos e indiretos. Aliás, envolvendo na sua realização aspectos como a inclusão de públicos minorizados e outros temas ligados à pauta ESG, como a sustentabilidade ambiental.  “Nunca fizemos algo de forma tão aberta e próxima às montadoras. Temos tido conversas exaustivas e frequentes, inclusive com aqueles que haviam parado de vir ao Salão do Automóvel, e tem sido um processo exitoso compreendido e bem aceito pelas montadoras. O evento este ano é realmente uma página em branco, escrita a várias mãos, incluindo montadoras e patrocinadores, marcas locais e aquelas com estratégia global”, revela Lucas Pimentel.

Depois de um mea culpa, refletindo sobre questões que estavam em suas mãos mudar e mesmo aquelas que nem tanto assim sob seu escopo, a RX promete um evento “o mais disruptivo, diverso e democrático possível”, que por um lado entregue um formato adequado às montadoras e, por outro, traga muito mais experiência aos visitantes, seja qual for seu bolso ou tribo, superando, assim, as expectativas de ambos.

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