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UPPs trazem oportunidades ao RJ

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UPPs trazem oportunidades ao RJ

UPPs transformam as comunidades, que agora se apresentam como grandes oportunidades econômicas


11 de outubro de 2012 - 4h05

Segurança, serviços, cidadania. Estes são alguns dos benefícios que algumas comunidades cariocas já começam a usufruir após a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), uma iniciativa do governo do Estado. Na esteira destas mudanças, um caminho abriu-se para que marcas entrassem nestes espaços antes praticamente impossíveis de serem explorados. Alguns anunciantes até já atuavam em parte destas áreas, mas o fato é que o novo momento está possibilitando um grande avanço nas ações desenvolvidas. Natura, Coca-Cola, Santander, Casa&Vídeo, Tintas Coral e, inclusive, uma agência de publicidade, a NBS, trabalham para promover iniciativas que se somam ao que está sendo feito pelo poder público.

A Natura já trabalhava em comunidades cariocas mesmo antes da instalação de UPPs, mas depois delas, potencializou seus projetos nestas áreas, pois a pacificação facilitou a implementação e ampliação de suas iniciativas. “A partir do momento que temos um parceiro tão forte como a UPP, conseguimos um poder de inclusão e transformação muito maior do que andar sozinho ou com um parceiro de atuação limitada. Hoje, a relação é de ganhos com a UPP, que também está interessada em trazer cidadania para as comunidades. Ela trouxe abrangência e magnitude. E a atuação da Natura foi amadurecendo com este modelo de aproximação”, explica Jorge Rossolino, diretor regional da Natura.

A empresa estudou seu modelo de negócio e desenvolveu um específico para as comunidades, com a flexibilização de regras. “Uma das grandes limitações para as pessoas se tornarem consultoras na comunidade era o nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Vimos que se flexibilizássemos as regras, poderíamos ter uma adesão maior e criamos um novo modelo. Decidimos assumir os riscos em relação ao crédito com uma nova política. Expandimos o negócio e geramos renda para a comunidade”, pontua.

O diretor regional da Natura informa ainda que, como um dos objetivos da empresa é a educação, conforme o trabalho foi evoluindo, o projeto foi sendo construído com os moradores da comunidade. “Não foi uma solução pronta, fizemos pesquisas, estudamos as necessidades e desenvolvemos um modelo com eles. Na medida em que foi acontecendo a geração de renda, percebemos a importância da educação e desenvolvemos cursos de educação financeira, orçamento familiar”, ressalta. Ele acrescenta que a Natura inclusive fechou uma parceria com a Faetec para promover cursos de cabeleireiro e maquiador. “Já são mais de dois mil alunos formados, mais de 115 turmas”, pontua.
 

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 Parte deste projeto envolve uma ação específica no Complexo do Alemão, com um espaço de vivência da marca. “Com vários objetivos, como gerar experimentação, aproximar a Natura da comunidade, criar um ambiente de cultura e lazer, além de um espaço para treinamento de consultoras. Temos ainda painéis em todas as estações do teleférico em que tentamos protagonizar histórias de sucesso dos moradores, para que se reverberem em ações de transformação”, aponta.

O projeto tem o nome de Comunidades, começou na Cidade de Deus, antes mesmo da pacificação, e se expandiu para o Complexo do Alemão, após a instalação da UPP local. A ideia é que alcance 50 comunidades ainda em 2012. “Não temos números oficiais porque são difíceis de conseguir, mas devemos atingir 500 mil pessoas ainda este ano”, projeta.

Além desta iniciativa, a Natura está promovendo outro programa, o Acolher Comunidades. “É uma forma de patrocinarmos e promovermos transformações sociais”, defende. Rossolino explica que o projeto é uma fusão de duas iniciativas, o Comunidades e o Acolher. Este último foi criado em 2010 para identificar e reconhecer os Consultores Natura comprometidos com iniciativas­ socioambientais, proporcionando apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento de projetos nas comunidades. Os resultados positivos do programa Acolher, somados ao projeto Comunidades, geraram o Acolher Comunidades, que irá reconhecer pessoas que realizam ações que beneficiam e promovem transformações sociais nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.

“Com o Acolher Comunidades, queremos reinvestir parte da receita gerada pelos Consultores Natura em projetos que beneficiem suas próprias comunidades, promovendo a troca de experiências e o reconhecimento de pessoas que realizam ações socioambientais, por meio de apoio técnico, financeiro e visibilidade”, afirma. Os critérios para a escolha das iniciativas são baseados na capacidade de liderança, criatividade e mobilização. As ações devem ter uma proposta de atuação ao longo do tempo, potencial de impacto, transformação da comunidade e compreensão de seus desafios. A Natura apoiará projetos em duas categorias: semente, que terá investimentos na estruturação de ações sociais, e crescente, voltado para consultores com projetos já estruturados.

Rossolino destaca que todas estas iniciativas têm objetivo trabalhar a essência da marca Natura. “Transformar desafios sociais em oportunidades de negócios é a essência da Natura e o que se apresenta nas comunidades do Rio. O maior valor é conectar duas coisas que parecem problema e tratar como uma oportunidade de desenvolvimento para transformação social, gerando negócio para a gente”, constata.

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Segurança
O Santander é outra marca presente nas comunidades cariocas. E como mérito, o fato de ter sido o banco a montar a primeira agência do Complexo do Alemão, comunidade que ficou conhecida internacionalmente por ter protagonizado as cenas de traficantes fugindo da polícia ao vivo com transmissão pela TV. A comunidade abriga cerca de 150 mil pessoas e a chegada do Santander aconteceu antes mesmo da instalação da UPP. Desde sua abertura em maio de 2010, promoveu a inclusão bancária de mil pessoas, que passaram a ter conta corrente e acesso a crédito pessoal e cartão de crédito — dois dos produtos mais demandados pelos clientes, embora haja poupadores. A agência tem ainda como clientes cem pequenas empresas, como padarias, mercearias, restaurantes e lanchonetes.

A atuação do Santander no Complexo do Alemão tem a parceria sólida do AfroReggae e outras entidades de apoio à comunidade. Em maio, o banco patrocinou a Corrida pela Paz, realizada pela ONG. Em abril, junto com a ONG Arte e Vida e a Prefeitura do Rio de Janeiro, inaugurou a primeira academia comunitária ao ar livre do Complexo do Alemão. No dia 18 de junho, com os mesmos parceiros, foi inaugurada outra academia semelhante, na Cidade de Deus. O Santander também foi responsável pela instalação da primeira agência bancária da Vila Cruzeiro. Nela o banco promoveu a instalação do Centro Comunitário da Vila Cruzeiro, com espaço para promover capacitação e atividades de empreendedorismo e cultura. O ambiente inclui um Espaço Digital Santander Universidades, estruturado para fornecer inclusão digital.

O banco tem ainda um convênio com a PM do Rio até 2016 pelo qual disponibilizará 2.500 bolsas de ensino a distância para cursos de inglês, espanhol e mandarim, além de 40 bolsas de intercâmbio na Espanha. “Ainda iniciamos o programa Comunidades Rio 2016, que investe na formação de jovens com vistos a eventos internacionais. O projeto pretende deixar um legado ao turismo do Rio de Janeiro ao conceder bolsas para capacitação direcionada a áreas como atendimento, call center, hotelaria, informática, enfermagem e administração. Com apoio do AfroReggae, a ação vai contemplar em cinco anos 200 mil moradores das comunidades de Vigário Geral, Complexo do Alemão, Parada de Lucas, Cantagalo/Pavão/Pavãozinho e Nova Era”, informa através de sua assessoria de imprensa. O Banco do Brasil também está investindo em agências nas comunidades pacificadas. Em janeiro do ano passado, inaugurou unidades nas comunidades do Complexo do Alemão e Cidade de Deus. Na sequência foi aberta uma unidade na Rocinha.

 

Leia íntegra desta matéria na versão impressa do Meio&Mensagem Especial Rio de Janeiro, que circula junto com a edição 1.530.

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