Como é a relação da geração Z com o futebol
Pesquisa encomendada pelo Grupo SBF e realizada pelo Grupo Consumoteca afirma que a relação dos jovens com o futebol tem novos hábitos e pilares
Pesquisa encomendada pelo Grupo SBF e realizada pelo Grupo Consumoteca afirma que a relação dos jovens com o futebol tem novos hábitos e pilares
Valeria Contado
11 de novembro de 2022 - 6h01
Os hábitos de consumo dos espectadores e fãs de futebol mudou. Por isso, o Grupo SBF encomendou ao Grupo Consumoteca o estudo “Futebol e Geração Z: qual o match?”, que procurou identificar como se dá a relação dos jovens da atual geração com o esporte.
Para isso, a empresa ouviu 1.500 pessoas acima de 16 anos, entre os dias 12 e 18 de agosto. Durante a realização da pesquisa quantitativa, 67% dos entrevistados pertenciam à geração Z, que são as pessoas nascidas entre 1995 e 2010; 17% eram Millennials, que são os nascidos após o início da década de 1980, e 17% pertenciam à geração X, que são os nascidos de 1965 e 1981.
Para a construção dos dados dos estudos, a empresa levou em consideração alguns comportamentos dessa geração. O antropólogo e fundador do Grupo Consumoteca, Michel Alcoforado, explica que a intenção era pensar em como esse grupo se relaciona com o futebol em todos os seus aspectos. “A geração Z é mais pragmática e mais individualista. Esse movimento impacta a relação com a moda, como consomem e como se relacionam com o esporte”, explica.
A lógica do relacionamento com o futebol entre a geração Z é bem diferente quando comparada a dos Millennials, por exemplo. Para 64% dos respondentes o futebol deve se alinhar com questões sociais, como às relacionadas à homofobia, racismo e machismo. Isso porque eles acreditam que o futebol deve entregar algo a mais do que o conteúdo.
O estudo também aponta que 1 a cada 4 jovens abandonaria o time caso algum jogador se envolvesse em algum escândalo e o clube não se posicionasse em relação a isso.
Para Rubia Pria, head de marca da Puma, essa forma de se relacionar com o esporte também modificou, na prática, o modo como as marcas se posicionam perante os seus consumidores e a maneira como os profissionais de marketing trabalham com isso. “Hoje estamos vivenciando um mindset muito diferente e isso está influenciando o nosso trabalho de marketing. O futebol vem se tornando um lugar de discussão. A relevância de um estudo desses traz insights para o que a gente vem fazendo com o futebol”, diz.
Esse comportamento reflete como esses jovens encaram determinadas situações. Para Alcoforado, isso está relacionado ao fato de os jovens buscarem a sua identidade como forma de posicionamento.
Como parte da chamada Mashup Culture, os componentes da Geração Z costumam ter todas as formas de conteúdo disponíveis na palma de sua mão. Isso faz com que o consumo seja fragmentado e, com isso, a disputa pela audiência seja pulverizada. Esse comportamento também se reflete na forma como os respondentes consomem os jogos de futebol. Segundo o estudo, 56% das pessoas da geração Z acreditam que a modalidade vai além do jogo.
Traduzindo para os números, isso significa que 73% acompanham as partidas interagindo no WhatsApp; 54% acompanham resenhas nos perfis de jogadores, enquanto 48% gostam de ver conteúdo humorístico em perfis sobre futebol.
O gerente geral da NWB, Rafael Grostein, explica que a transmissão ao vivo tem uma força muito grande na modalidade, mas que os pré e pós jogos e tornam elementos importantes da competição pela atenção do espectador. “Conseguir ter o ‘ao vivo’ é um elemento muito poderoso. Conseguir combinar esses momentos e a individualidade de poder escolher cria muitas possibilidades de construir vínculo com as pessoas”, pontua.
A pesquisa indica, ainda, que 51% dos membros da geração Z’ buscam assistir aos jogos de forma on-line e gratuita, o que explica o crescimento da procura de streamers, como o Casimiro, e plataformas, como o YouTube, pelo poder dos direitos de transmissão.
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