Como é o novo modelo de trabalho das big techs?
Flexibilidade nas idas ao escritório e jornada remota, com integração pela tecnologia, marcam a rotina das operações brasileiras de Meta, Google e Twitter
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Bárbara Sacchitiello
4 de abril de 2022 - 6h00
Em 2020, quando a pandemia de Covid-19 alterou a dinâmica da sociedade e fez muitas empresas mandarem seus funcionários para casa, as grandes plataformas de tecnologia foram as primeiras a adotarem o sistema remoto de trabalho, justamente pela vantagem de já terem, na essência de sua atividade, o meio digital.
Dois anos depois, os escritórios dessas empresas – bem como de boa parte das grandes companhias das áreas de tecnologia e comunicação – não foram mais os mesmos. As mudanças na maneira como os funcionários vêm desempenhando suas funções e as novas rotinas que o home office acabou trazendo para a vida das pessoas fez com que as companhias reavaliassem não somente o que esperam de seus colaboradores mas o próprio espaço que lhes oferecem como sede de trabalho.
Neste momento, em que as taxas de infecção por Covid-19 vêm caindo consideravelmente no Brasil e que parte da população já está recebendo a quarta dose da vacinação, as big techs já abriram as portas de seus escritórios no País. Por enquanto, a presença dos funcionários é voluntária e limitada há alguns dias da semana. E aquela rotina anterior, de jornadas presenciais de segunda à sexta-feira, não deve mais voltar a acontecer.
Depois de quase dois anos com os escritórios do mundo todo fechados, o Twitter voltou a abrir as portas agora em março. Por enquanto, só precisam trabalhar presencialmente os funcionários que se sentirem confortáveis com a rotina presencial. “Acreditamos que a decisão de onde as pessoas trabalham e se elas se sentem confortáveis para viajar deve ser delas”, opina Daniela Magalhães, gerente de Recursos Humanos do Twitter para América Latina.
A executiva explica que a maneira pela qual a empresa trabalha foi reajustada com resiliência e agilidade e diz que a companhia tem consciência de que o trabalho híbrido também necessitará de reajustes. Em todo o mundo, a rede social desenvolveu um programa para que os funcionários pudessem atender às demandas dos funcionários nesse novo momento, como a divisão de áreas por foco, colaboração ou descompressão, mesas não atribuídas e reservadas com antecedência via tecnologia e armários de uso diário.
Gradual e voluntário
O Google mantém dois escritórios no Brasil: em São Paulo e em Belo Horizonte – e ambos estão em fase de reabertura. Por enquanto, o retorno dos funcionários é totalmente voluntário e está sendo realizado em conformidade com os protocolos sanitários e com limite de capacidade de ocupação.
“Neste período de transição, os funcionários agendam quando preferem ir ao escritório e são direcionados para uma mesa disponível. Além disso, apenas visitas externas de negócios estão liberadas por enquanto”, conta Carol Azevedo, diretora de Recursos Humanos do Google para a América Latina.
A decisão de como o Google irá encarar as jornadas de trabalho neste pós-pandemia segue a diretriz exposta pelo CEO global da companhia, Sundar Pichai, em maio do ano passado. Segundo ele, a empresa deve adotar em todo o mundo um modelo em que os funcionários passem três dias por semana no escritório e, os outros dois, trabalhem de onde quiser. “Nossos escritórios estão no centro de nossa comunidade no Google e a maioria de nossos funcionários ainda deseja estar no campus por algum tempo. No entanto, muitos de nós também gostaríamos da flexibilidade de trabalhar em casa alguns dias da semana, passar um tempo em outra cidade durante parte do ano ou até mesmo nos mudar permanentemente”, fala Carol.
Em casa e no escritório
Os funcionários da Meta, por enquanto, podem trabalhar de forma remota, no escritório ou de forma híbrida. A empresa, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, diz que vem investindo na comunicação para que a experiência dos colaboradores seja a mesma, independentemente de onde eles estejam. Para que isso aconteça, segundo a companhia, é preciso ter uma experiência mais conectada, colaborativa, equitativa e produtiva.
A empresa afirma que está em fase de construir a próxima geração de ferramentas de apoio de à colaboração e inclusão à distância. “Uma força de trabalho forte e distribuída, que respeita também os desejos de trabalho remoto do funcionário, nos ajudará a contratar e reter talentos e acelerar a inovação em nossos produtos e na forma como administramos a empresa”, declara a companhia, de forma institucional.
E o futuro?
Quando projetam a organização do trabalho nos próximos anos, as big techs acreditam que o mercado, de forma geral, está passando por uma fase de transformação das relações de trabalho. A Meta acredita que a tendência para o futuro seja a manutenção do trabalho híbrido e, em alguns casos, até mesmo a adoção total do trabalho remoto.
Para a empresa, uma rotina ainda mais digital e imersiva pode estar no caminho. “A longo prazo, o metaverso deverá mudar a forma como trabalhamos. Em breve, funcionalidades como avatares mais realistas e áudio espacial vão permitir que colegas de trabalho sintam que estão sentados na mesma sala, mesmo estando em países diferentes”, projeta a Meta.
Na visão do Google, o modelo de trabalho daqui para frente é um território completamente novo. A empresa acredita que a rotina não será nem igual ao que era antes da pandemia e nem a que se formou durante o home-office. “Vamos ter que reaprender a trabalhar. O escritório vai ser cada vez mais um espaço de encontro para grande parte das empresas. Muitas estão olhando para o modelo híbrido, enquanto há aquelas que retornarão a um modelo presencial ou passarão a adotar um modelo 100% remoto. Não importa o modelo que elas adotem, elas precisarão de ferramentas flexíveis para conectar as pessoas e permitir que o trabalho necessário seja feito”, acredita a diretora de RH do Google.
O Twitter diz que também está acompanhando a nova transição com a reabertura dos escritórios em um modelo híbrido de trabalho para garantir que haja equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Daniela Magalhães, diretora de RH da plataforma, acredita que cada vez mais as empresas terão forças de trabalho diversificadas, não só por conta do momento, mas porque esse é o caminho que o mercado está seguindo.
“Além de otimizar o tempo, o trabalho diversificado traz vantagens como o aumento na representatividade e inclusão de nossos funcionários, com mais diversidade de origem e geografia, qualidade de vida e, com isso, maior produtividade”, conclui.
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