IPO pode levar Pinterest ao mainstream
Nichada e pouco explorada por marcas, rede social se prepara para abrir capital: recursos pode levar plataforma a novos públicos
Nichada e pouco explorada por marcas, rede social se prepara para abrir capital: recursos pode levar plataforma a novos públicos
Luiz Gustavo Pacete
26 de fevereiro de 2019 - 6h00
A plataforma de mídia social Pinterest se prepara, de forma discreta, para abertura de capital na bolsa, IPO na sigla em inglês. Com previsão para junho, o IPO da empresa pode arrecadar até US$ 12 bilhões. Autodescrito como “um catálogo de ideias para descobrir e fazer aquilo que você mais gosta”, o Pinterest capitalizado pode investir em novas funcionalidades, o que poderia elevar o faturamento com publicidade em mais de R$ 1 bilhão em 2020. No ano passado, a receita com anúncios da plataforma foi de US$ 533 milhões.
Os documentos para a realização do IPO foram preenchidos de forma secreta e revelados na tarde desta segunda-feira, 25, pelo The Wall Street Journal. O momento é favorável para aberturas de capital nos Estados Unidos. Uber e Lyft também se preparam para ir à bolsa. As notícias envolvendo a plataforma dão um novo olhar por parte das agências sobre a possibilidade de que ela deixe de ser nicho e alcance o mainstream.“O Pinterest ainda é muito nichado. Olhando meus seguidores, vejo que 100% deles tem a ver com áreas de criatividade: diretores de arte, designers, profissionais de moda. Eu mesma, que amo a plataforma, não sigo quase ninguém e só seguiria uma marca se ela fosse muito relevante; rica em referências. Já criamos projetos para algumas marcas, mas elas não foram adiante”, diz Gabriela Hunnicutt, CEO e Fundadora da Bold. Ela reforça que para que o Pinterest deixe de ser nichado, é preciso haver um investimento para divulgar a plataforma, além da inclusão de novas funcionalidades.
Wilson Negrini, COO da Lew’Lara\TBWA, explica que o papel do Pinterest para a maioria das marcas não está tão claro. “Hoje, aqui na agência, nenhum dos clientes usa o Pinterest. Já plataformas como Facebook, Instagram, BuzzFeed, Vice estão constantemente conversando com todos os times e atualizando a todos sobre novas funcionalidades e melhores práticas. Nós, brasileiros, adoramos tudo quanto é tipo de rede social, por isso não vejo barreiras ao Pinterest. Desde que exista investimento para sua popularização e também uma adequação da plataforma para que features mais compartilháveis e vendáveis sejam adotados”, afirma.Potenciais inexplorados
Sobre os potenciais do Pinterest como ferramenta, Gabriela Hunnicutt acredita que ele tem potencial para ocupar o lugar que o Instagram está ocupando cada vez menos e que o Flickr poderia ter ocupado se tivesse conseguido se reinventar. “Ser uma plataforma de referências, onde as marcas sejam uma espécie de ‘consultora’ das pessoas. Por exemplo: lá fora, o Pinterest é muito usado para receitas. Não vejo as marcas brasileiras de alimentos explorando isso”, explica.
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