IPO revela números do Facebook

Meio & Mensagem
2 de fevereiro de 2012 - 11h23

*Cotton Delo – de Advertising Age

Ao anunciar seu IPO e entregar a documentação para a Securities and Exchange Commission nesta quarta-feira, dia 1º, o véu sobre as finanças do Facebook foi levantado, revelando lucros de US$ 1 bilhão em 2011, além de robusto crescimento das receitas, menos dependente da publicidade do que no ano anterior.

Na documentação, o Facebook informou que a receita de 2011 foi de US$ 3,71 bilhões, registrando um aumento de 88% do total de US$ 1,97 bilhões de 2010. A receita, no entanto, foi menor que a projetada pela eMarketer, que era de US$ 4,27 bilhões. O desempenho foi atribuído, principalmente, ao crescimento de 69% das receitas publicitárias, impulsionada por um crescimento de 42% no número de anúncios e de 18% do seu preço médio de veiculação.

Ainda que US$ 3,15 bilhões das receitas da companhia no ano passado estejam vinculados à publicidade, a empresa registrou US$ 557 mil em “Facebook Payments” – a moeda virtual que começou a ser exigida dos desenvolvedores de jogos na plataforma a partir do dia 1º de julho – além de outras taxas. Esses pagamentos vêm se tornando uma fatia cada vez mais robusta da receita do Facebook: no quarto trimestre de 2011, a publicidade constituiu 83% das receitas, ante 90% no ano anterior. O Facebook tem uma participação em todo volume financeiro registrado em “Payments” e, no caso dos produtos virtuais do Zynga, recebe até 30% das transações.

O CEO Mark Zuckerberg, que fundou a companhia em um dormitório de Harvard em 2001, possui 28,1% da empresa, o equivalente a US$ 28 bi, caso se confirme a valorização presumida de US$ 100 bilhões com a emissão dos papeis. Em uma carta aos acionistas, Zuckerberg menciona “publicidade” apenas uma vez e explicita, antes de tudo, a filosofia de seus usuários. “Nós não criamos serviços para ganhar dinheiro, fazemos dinheiros para construir melhores serviços”, disse ele. “Atualmente, acredito que mais e mais pessoas querem serviços de empresas que acreditam em algo além de simplesmente maximizar os lucros”, afirmou.

Uma dúvida recorrente que a respeito das receitas do Facebook é que o serviço para o qual as marcas estão dedicando seus maiores esforços é gratuito: a manutenção de suas “fan pages”. Mas quando as “fan pages” se tornarem apenas uma parte integrante das estratégias de mídia do Facebook, os dólares para sustentá-las devem fluir mais livremente, acredita Bryan Wiener, CEO da 360i.

“À medida que a integração entre ganhos e perdas em mídia se torna mais justa, as marcas vão precisar anunciar mais no Facebook para estimular diálogos e chamar a atenção para as experiências cada vez mais interesses que eles estão criando ali”, disse Wiener.

Facebook em números:

• Receita publicitária em 2011: US$ 3,15 bilhões
• Percentual da publicidade na receita total: 83%
• Percentual das vendas nos EUA: 56%
• Valor da receita proveniente da Zynga: 12%
• Investimento publicitário do Netflix no Facebook em 2011: US$ 3,9 bilhões
• Valor investido pelo Washington Post: US$ 4,2 bilhões
• Lucro do Facebook em 2011: US$ 1 bilhão
• Receita gerada a partir de produtos virtuais: US$ 557 milhões
• Usuários ativos mensais: 854 milhões
• “Likes” e comentários por dia: 2,7 bilhões
• Despesas do Facebook com publicidade em 2011: US$ 28 milhões
• Maior idade entre seus executivos sêniores: 44 anos
• Valor de mercado presumido do Facebook: entre US$ 75 bi e US$ 100 bilhões
• Remuneração da COO Sheryl Sandberg em 2011: US$ 31 milhões
• Participação acionária de Sheryl Sandberg: 1%
• Remuneração de Mark Zuckerberg em 2011: US$ 1,5 milhão
• Participação acionária de Zuckerberg: 28,2%
• Poder de voto de Zuckerberg: 56,9%
• Salário anual de Zuckerberg a partir de 2013: US$ 1