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Opinião – O bom desempenho dos jornais na eleição americana

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Opinião – O bom desempenho dos jornais na eleição americana

Para quem ainda dá espaço para ouvir mais do que uma versão da realidade, o jornalismo impresso continua sendo um dos melhores canais para obter informações independentes


20 de novembro de 2012 - 11h00

O jornalismo impresso, apesar da imensa crise em que está há mais de uma década mergulhado nos EUA, mostrou na campanha presidencial deste ano naquele país que ainda pode prestar grandes serviços à sociedade.

Muitos veículos montaram equipes para fazer o “factchecking” de tudo o que os candidatos afirmavam em discursos, debates ou anúncios eleitorais. E, graças a eles, muitas alegações falsas, meias-verdades ou insinuações sem fundamento foram desmontadas em benefício do eleitorado.

É verdade que as características do ambiente de comunicação social do mundo contemporâneo certamente limitaram muito os efeitos desse trabalho de grande qualidade realizado por muitos jornais porque um número enorme de pessoas­ atualmente não liga se o candidato que apoia mente ou não, nem fica sabendo dos desmentidos factuais, pois apenas consomem informação de veículos que estão alinhados a elas e, portanto, eliminam a contradição.

Como já se diz há algum tempo, o mundo parece caminhar para uma situação de “pós-verdade”, em que, para as pessoas empenhadas no embate ideológico radical, nada importa, a não ser as suas convicções e interesses, os quais seus blogs, Facebooks, Twitters e até emissoras de rádio, TV ou mesmo jornais e revistas propagam sem dar espaço para o outro lado.

De toda maneira, para quem (mesmo que seja minoria) ainda dá espaço para ouvir mais do que uma versão da realidade, o jornalismo impresso continua sendo um dos melhores canais para obter informações independentes como se comprovou mais uma vez nos EUA este ano.

Diversos jornais que adotaram o modelo paywall, que cobra pelo seu conteúdo quando acessado eletronicamente, resolveram suspendê-lo nos dias finais da campanha e oferecê-lo gratuitamente a todos, numa operação com o objetivo de se tornarem mais populares, e isso ajudou a disseminar as suas informações. O New York Times foi um dos que agiram assim.

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