Mercado perde Dionísio Poli

Meio & Mensagem
6 de novembro de 2015 - 10h49

O italiano Dionísio Poli, cuja trajetória ajudou a construir as bases do modelo comercial vigente na televisão brasileira, faleceu na último final de semana. Italiano, o profissional vivia na Europa desde 1990, quando se aposentou de suas funções na Globo. As causas do falecimento não foram reveladas e a missa de sétimo dia de Poli acontece nesta sexta-feira, na Paróquia São Pedro e São Paulo, na capital paulista, às 12h.

Tendo passado a infância e adolescência na Itália, Poli veio ao Brasil aos 21 anos, trabalhando como vendedor e, posteriormente, diretor de compras de uma indústria de tecidos. O contato com executivos de grandes empresas lhe conferiram uma boa bagagem comercial, resultando em um convite para ingressar na Globo, em São Paulo, na década de 1960, onde foi responsável pela área comercial da sucursal paulista.

No final da década de 70, Poli assumiu o posto de superintendente comercial da emissora, representando a área no comitê executivo da rede, ao lado de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Também participou ativamente da articulação do Conar, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária.

A carreira do profissional ficou marcada pela construção de um novo modelo de negócios, que separava a programação da emissora da interferência direta dos anunciantes. Sob seu comando, a área comercial da Globo criou um diferente relacionamento no mercado, assumindo o comando de sua própria programação e estabelecendo relações comerciais mais delimitadas. Poli também foi responsável por trazer à Globo nomes que marcariam a área comercial da casa por décadas, com o Octávio Florisbal (que foi diretor-geral da rede) e Ricardo Scalamandré (atual diretor de negócios internacionais). Ele também criou o departamento de marketing da Globo.

Na década de 80, assumiu o comando da Tele Monte Carlo, operação da emissora em Mônaco. De acordo com o portal Memória Globo, foi convidado a voltar ao Brasil em 1990, para assumir um novo cargo na área comercial, mas preferiu fixar residência na Europa, onde acabou se aposentando. Poli faleceu no Brasil.