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Mídia

Na web, classe C é maioria, não nicho

Como os veículos e anunciantes devem tratar os internautas brasileiros e aproveitar o seu potencial de consumo


23 de novembro de 2011 - 3h52

“A internet contribuiu mais para a ascensão da classe média brasileira do que a educação”. Essa polêmica frase, dita pelo sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, agitou a plateia e os debatedores do segundo painel dessa quarta-feira, 23, do MediaOn – evento de jornalismo online promovido pelo Itaú Cultural e pelo Terra em São Paulo.

Para debater o novo mapa do consumo de mídia no Brasil, além de Meirelles, também foram convidados o diretor executivo do Brasil e vice-presidente do ComScore na América Latina, Alex Banks e o diretor do portal UOL, Rodrigo Flores. O painel foi mediado pelo diretor de inteligência do Terra na América Latina, Marcelo Coutinho.

A polêmica sentença do diretor do Data Popular foi usada como uma prévia do resultado de uma nova pesquisa do Instituto, que será divulgada oficialmente em fevereiro de 2012, que prova que, mais do que nunca, a classe C está em alta. “É preciso que fique bem claro que a classe média não é mais nicho. Eles são a maioria – 54% dos internautas ativos do País”. Sobre a questão da internet versus educação, ele explicou: “Existe uma correlação entre essas duas coisas. O uso da internet expande o repertório e o networking das pessoas e isso, consequentemente, melhora a colocação e remuneração dela no mercado de trabalho”, pontuou o diretor do Data Popular.

Com diversos dados sobre o uso da web no País, os convidados demonstraram que os provedores de conteúdo e os anunciantes da internet estão dialogando diretamente com a nova classe média nacional. “Em breve o Brasil será a sexta maior audiência digital do mundo. E 99,2% de todos os internautas ativos do País acessam sites de notícias. E esses índices ainda devem crescer muito”, contou Alex Banks, da ComScore.

O “fim” da segmentação por classe

Segundo os debatedores, é nessa leva de internautas que os veículos devem concentrar seus esforços. “O UOL não produz conteúdo específico para a classe C. Produzimos conteúdo também para a Classe C. É importante compreender que, mais interessante do que segmentar, é ter assuntos relevantes, que interessem o público brasileiro, como um todo”, afirmou Rodrigo Flores.

Questionados pelo moderador Marcelo Coutinho se o fato da classe média ter se tornado a maioria iria derrubar o atual modelo de segmentação por classes sociais (que ainda pauta a maioria das estratégias publicitárias), os debatedores concordaram que sim, desde que alguns fatores, sobretudo a questão da infraestrutura e da disseminação da rede de banda larga à população, estejam equacionados.

“A classe média está disposta a pagar por tudo o que acha relevante. Então, se o conteúdo online de um jornal tiver as informações que elas querem, as pessoas irão pagar para acessá-lo. O problema é que essas pessoas já adquiriram um jeitinho próprio de conseguir aquilo que a economia formal não lhes concede, como dividir rede de wi-fi na mesma região, por exemplo. É preciso que a banda larga seja acessível a todos para que esses internautas fomentem cada vez mais o consumo nacional”, analisa Meirelles.

Com uma opinião parecida, Flores, do UOL, acredita que a difícil solução da monetização dos veículos online esteja no mercado anunciante. “Eu vibro e apoio os projetos de conteúdo patrocinado. Quanto mais essa classe estiver conectada, maior será a chance de as marcas perceberem que é ali que elas precisam estar”, acredita.
 

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