Volume de produções é baixo, diz Ancine
Um ano depois da entrada em vigor da nova Lei da TV paga, Agência Nacional de Cinema faz balanço do que mudou e do que ainda falta melhorar na indústria
Um ano depois da entrada em vigor da nova Lei da TV paga, Agência Nacional de Cinema faz balanço do que mudou e do que ainda falta melhorar na indústria
Bárbara Sacchitiello
4 de junho de 2013 - 1h14
Para a Agência Nacional de Cinema (Ancine) o primeiro ano de aplicação da nova Lei do setor de TV por assinatura contribuiu para o avanço do mercado audiovisual brasileiro. Mas ainda há diversos gargalos e problemas a serem superados. O balanço foi apresentado pelo próprio diretor-presidente da Agência, Manoel Rangel, na abertura da 14ª edição do Fórum Brasil de Televisão, que acontece nesta quarta e quinta-feira, dias 4 e 5, em São Paulo.
Ao recordar o cronograma de implementação das novas regras, Rangel reconheceu o esforço das empacotadoras, programadoras e das outras empresas envolvidas na cadeia em adequar-se às propostas da nova legislação – cujo ponto principal é o aumento da obrigatoriedade da exibição de conteúdo nacionais, bem como a inserção de mais canais brasileiros no cardápio das operadoras.
A Ancine manteve o posicionamento levantado desde a elaboração da Lei 12.485, ressaltando que as mudanças visam estimular o crescimento do setor audiovisual no País, aquecer a demanda por produções independentes e, em maior âmbito, ampliar o acesso à cultura brasileira. Contudo, a Agência ponderou que ainda se faz necessária uma mudança da concepção dos investimentos, custos e mão-de-obra envolvidos na realidade que a nova Lei impõe.
“O volume de produção brasileira exibida nos canais pagos ainda é relativamente baixo”, admite Rangel, acrescentando que, neste primeiro ano, a Ancine recebeu várias reclamações de assinantes de canais pagos sobre a excessiva repetição de filmes e séries nacionais. “Confiamos na qualidade e no comprometimento das programadoras e empacotadores e sabemos da necessidade de tempo para se adaptar às novas regras. Portanto, não fixamos limites para a exibição da mesma obra. Mas essa situação poderá ser revista caso essa prática não se altere”, prometeu o diretor-presidente. O recurso da repetição é utilizado pelos canais para preencher a cota mínima de produção nacional estipulada pela agência (3h30 por semana).
Manoel Rangel também apontou outros pontos que precisam ser corrigidos para que o público espectador tenha acesso a um volume qualificado de produções nacionais. Segundo ele, a escassez de roteiristas no mercado, a baixa participação das empacotadoras de canais nos processos de produção, a pouca exploração da diversidade regional do País e a carência em tecnologia são grandes entraves para o setor.
Questionado por representantes de produtoras presentes na plateia, que apontaram a morosidade da Ancine em liberar os recursos do Fundo Setorial para projetos audiovisuais, Rangel afirmou que, até o final e 2013, a Agência concentrará seus esforços para desburocratizar os processos e eliminar etapas que possam atrapalhar o fluxo das produções. Segundo ele, nos primeiros cinco meses de 2013, o Fundo Setorial do setor arrecadou um total R$ 888 milhões para serem destinados a projetos.
Compartilhe
Veja também
Globo amplia atuação no marketing de influência com Serginho Groisman
Após Tadeu Schmidt, Eliana e Maria Beltrão, Serginho Groisman é mais um apresentador da casa a ter seus contratos comerciais geridos pela Viu
Com Mercado Pago, Record chega a 7 cotas no Brasileirão
Banco digital integra o time de patrocinadores das transmissões na emissora, que já conta com Magalu, Grupo Heineken, Sportingbet, EstrelaBet, General Motors e Burger King