Tributação do VOD em pauta
TV por assinatura reclama da concorrência dos serviços de video on demand, que não pagam impostos
TV por assinatura reclama da concorrência dos serviços de video on demand, que não pagam impostos
Eliane Pereira
6 de agosto de 2013 - 4h07
A concorrência dos serviços oferta de filmes e series sob demanda (ou VOD, de video on demand), que concorrem com os canais de TV por assinatura mas não estão sujeitos às mesmas regras e impostos do setor, foi um dos principais temas de discussão do painel de abertura do principal evento do setor de TV paga no Brasil.
A 21ª Feira e Congresso da Associação Brasileira de TV por Assinatura – ABTA 2013 foi aberta oficialmente esta tarde, em São Paulo, com um painel que reuniu os presidentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende; da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Manoel Rangel; além dos ministros Paulo Bernardo, das Comunicações, e Martha Suplicy, da Cultura.
Dois dos principais desafios da indústria da pay TV no Brasil, apontados pelo presidente executivo da ABTA, Oscar Simões, são a pirataria de sinal e a concorrência do VOD pela internet. Com relação ao VOD, Paulo Bernardo afirmou que instruiu a Anatel a estudar o assunto e que o governo pretende instituir algum tipo de regulamentação sobre o setor, de forma a fazer com que as empresas que prestam o serviço possam ser fiscalizadas e paguem impostos no país. Bernardo citou como exemplo o caso das empresas de distribuição de sinal via satélite, que operavam a partir do exterior e das quais foi exigido que abrissem operações formais no Brasil. O mesmo pode acontecer com os serviços VOD.
Bernardo disse ainda que ficou espantado com a estimativa de 7 milhões de conexões piratas de TV por assinatura no País. “Acho um exagero, mas ainda que fossem 1 milhão, precisamos dar um jeito de fiscalizar isso”, disse o ministro.
Marta Suplicy, em rápido pronunciamento, elogiou os resultados da Lei 12.485, que entre outras coisas instituiu cotas de programação nacional nos canais pagos. A ministra também falou sobre o vale cultura, que, segundo ela, ajudará a democratizar o acesso a conteúdos audiovisuais de qualidade.
Já a preocupação da Anatel, segundo João Rezende, é “destravar” o mercado e criar condições para o crescimento do setor. Para tanto, a agência, vem procurando agilizar as licenças para novas operadoras e trabalha para resolver a questão de acesso aos postes (por onde passam os cabos das redes de TV por assinatura e banda larga), que vem causando atritos entre operadoras e concessionárias de energia elétrica.
Durante a sessão, alguns manifestantes abriram uma faixa de protesto e lançaram panfletos contra a posse de emissoras de TV por parte de políticos. “Também não concordo, mas hoje não existe legislação que proíba isso”, disse Bernardo.
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