29 de fevereiro de 2024 - 14h57
As primeiras notícias do Mobile World Congress (MWC) chegaram ao mundo com muitas novidades para a indústria de telecomunicações (Telco), assim como inovações para outros segmentos o evento foi palco de anúncios que, à primeira vista, podem ser secundários, mas têm um peso fundamental para o desenvolvimento de tecnologia e a criação de oportunidades de negócios. Parceiros da indústria de Telco se unem em torno de soluções conjuntas de desenvolvimento de soluções, expansão do mercado e, talvez o mais importante, a criação de benefícios para o consumidor.
Transformações nos serviços de nuvem, automação de 5G e a produção do Open Ran nativo end-to-end são alguns exemplos presentes hoje no mercado que existem graças a essa colaboração entre organizações de diferentes partes do mundo. Além de proporcionar novos serviços, essas alianças são responsáveis por gerar mais eficiência, produtividade e resiliência dentro dos segmentos automotivo, industrial, de transporte e até na reconfiguração de cidades inteligentes, as tais smart cities que começam a aparecer no Brasil. Em outras palavras, a convergência entre tecnologias como a Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT) e as novidades da 5ª geração de internet promovem um passo importante para o mercado como um todo, balizando uma mentalidade de boas práticas e focada no cliente.
Tanto é assim que um estudo recente da IBM mostra que a chegada da IA para dentro empresas irá proporcionar uma série de mudanças na forma como alianças são consagradas no mundo corporativo. Ainda segundo o levantamento, realizado com mais de 1.200 empresas ao redor do globo, a solução tecnológica ajudará organizações a encontrar mais oportunidades de colaboração e aprendizado conjunto, tanto para aperfeiçoar técnicas e produtos, quanto na elaboração de planos de negócios mais robustos e ajustados às necessidades de tecnologia, gestão comercial e capacitação de profissionais presentes nesse ecossistema.
Além dos avanços recentes de IA, Automação e Aprendizado de Máquina (Machine Learning) utilizados para alavancar o setor de parcerias e colaborações, outra disciplina vem despontando como um motor de desenvolvimento para a área. Trata-se da Coopetição (união das palavras competição e cooperação), mentalidade que acredita que nenhuma organização deve ser absoluta no mercado, mas sim, uma valiosa parceira de business. Diferentemente dos primórdios da computação, em que gigantes reinavam soberanos com programas e produtos fechados, a cooperation reúne os melhores serviços e práticas do mercado, fazendo com que o grande beneficiado desse sistema seja o cliente final, que agora pode escolher entre vários fornecedores e postulantes de serviços.
Inovações indispensáveis para o nosso dia a dia, como computadores, celulares e, principalmente, a internet comercial só foram viabilizadas graças a uma colaboração constante entre empresas, governos, desenvolvedores e, certamente, consumidores que deram o feedback na ponta da cadeia. Durante os primeiros dias do MWC, a atmosfera para a colaboração de projetos e a criação de soluções de curto e médio prazos ressoavam aqueles primeiros momentos de empolgação e entusiasmo que fomentaram essas transformações. Novidades nas áreas de Telco e tecnologia nortearam as mesas de discussões e os momentos de descontração em almoços, jantares e outros instantes de after hours.
Estar aberto para conversar sobre projetos inovadores e oportunidades disruptivas significa transformar a maneira de entender negócios e produzir serviços mais eficientes, transformadores e resilientes, sobretudo, às intempéries do mercado. Para entender mais sobre esse tópico, recomendo a leitura de um e-book sobre os paradigmas e as oportunidades do ecossistema de alianças dentro da indústria telco.
Três palavras mágicas: Open management, open coach e open source
Em outras palavras, a evolução do ecossistema de parceiros perpassa tanto por processos de tecnologia e desenvolvimento, quanto práticas comerciais e de atendimento ao cliente. Em tempo, para impulsionar a formação de alianças e, consequentemente, o progresso tecnológico, econômico e, em grande medida, social de inovações, fornecedores e organizações devem estar atentos a três palavrinhas mágicas: open management, open coach e open source. A primeira diz respeito à incorporação de metodologias holísticas para negócios, a segunda, indica a adoção de treinamentos e consultorias com filosofias heterônimas e complementares e o open source, literalmente, os dados abertos, sugere o fim de barreiras para a contribuição de talentos e ideias.
Mais do que uma fórmula fantástica para firmar acordos e aumentar a arrecadação financeira, a filosofia open, juntamente com a popularização da mentalidade coopetitiva permite criar boas práticas em toda a indústria, fomentando padrões de excelência entre concorrentes e associados e, mais importante, encorajando clientes a romper com tradições de consumo e apostar em novos players que talvez tenham serviços mais inovadores e instigantes. Com milhares de mentes e outras centenas de milhares de olhos analisando o mesmo problema, não há fronteira nem abracadabra que detenha o esforço coletivo por um mundo melhor!