Opinião
A convergência do mundo tradicional para a Web3 é inevitável
Elon Musk, proprietário do Twitter, disse que queria transformar a plataforma em uma rede social da Web3, uma espécie de “everything app"
A convergência do mundo tradicional para a Web3 é inevitável
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BuscarElon Musk, proprietário do Twitter, disse que queria transformar a plataforma em uma rede social da Web3, uma espécie de “everything app"
“Toda empresa será uma empresa Web3 dentro de algum tempo”. Essa foi uma das principais frases que ouvi sobre o tema no último Web Summit, em Lisboa. O assunto está ganhando cada vez mais espaço e, aos poucos, flertando com as ferramentas “tradicionais” da Web2. Alguns dos últimos acontecimentos apontam que essa tecnologia vai dominar as redes sociais e as demais plataformas que utilizamos no nosso dia a dia, muito antes do que imaginávamos.
Elon Musk, proprietário do Twitter, disse que queria transformar a plataforma em uma rede social da Web3, uma espécie de “everything app”, semelhante ao WeChat – aplicativo chinês. E o apoio da Binance com 500 milhões de dólares na compra da plataforma pode ser um pequeno sinal desse avanço. A Reddit, uma rede social colaborativa de notícias, lançou um conjunto de “Colecionáveis Digitais” sem citar o termo NFT, resultando numa adoção em massa para a plataforma descentralizada. Outro passo foi dado pela Meta ao anunciar uma integração de infraestrutura que permitirá aos usuários criar, comprar e vender NFTs através da blockchain da Polygon.
Tudo isso resulta em uma comparação simples: no modelo de internet em que a maioria das pessoas está acostumada – Web1 -, nós apenas consumimos o conteúdo. Já na Web2, além de consumir, passamos a criar conteúdo. E na Web3 podemos criar, consumir, sermos detentores de conteúdo e possuir, ainda, privacidade e autonomia no processo. Infelizmente, como o modelo ainda não é “mainstream”, a maior parte das pessoas não sabe sobre os próprios direitos na internet.
Para facilitar o processo, algumas empresas têm trabalhado para reduzir a “fricção” do usuário, diminuindo a necessidade de realizar logins a todo momento, responder questionários de cadastro e optar ou não para que determinados sites tenham acesso às suas informações, dados e cookies.
Já em softwares que estão imersos na Web3, basta conectar sua carteira para ter acesso a tudo. A ideia central desse modelo é acabar com processos repetitivos. Outro ponto interessante é que o usuário que for proprietário soberano de suas informações terá a possibilidade de vendê-las, caso queira, já que esse universo tecnológico não possui detenção nem acesso aos perfis e dados de usuários. Com isso, tudo passa a ser controlado 100% pelo consumidor e não mais pelas ferramentas.
Outro ponto que me encanta é a ideia de portabilidade de seguidores, onde seguidores de uma rede social específica poderão ser “carregados” para uma outra, de forma aberta e interoperável. Hoje, se você tem 5 mil seguidores no Twitter e começa a produzir conteúdo no TikTok, precisa construir a base da sua audiência do zero. No caso de redes sociais baseadas na Web3, a quantidade de seguidores é contínua.
Tudo isso porque as mídias sociais e seus seguidores estarão ligados através de sua carteira, não mais por meio de uma plataforma sozinha. Em resumo, a ideia central do modelo é pegar de volta o controle, tomada de decisões e propriedade para remover o intermediário e, com isso, ter um relacionamento ainda mais próximo com as pessoas.
Mas, embora grandes novidades estejam no horizonte, ainda existe um longo caminho relacionado a escalabilidade, infraestrutura e experiência do usuário para que isso se torne uma realidade para todos.
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