5 de junho de 2018 - 15h43
Crédito: uzenzen/iStock
Antes de falar de inteligência artificial e robótica, precisamos falar do que está por trás de tudo isso: um governo sério, responsável, pensando na evolução humana e, principalmente, na sua sociedade. E tudo isso sendo centralizado pelo CSTI (Conselho de Ciência, Tecnologia e Informação).
A visão é clara de que o governo pensa e investe na sociedade: passamos apenas dois dias vivenciando essa cultura e pudemos perceber as diferenças de um povo com pilares fortes em cultura, religião e educação.
Em 2016, o primeiro-ministro do Japão estabeleceu um conselho estratégico. Em março de 2017, esse conselho formulou um plano de ação para estratégia de inteligência artificial (IA) apostando na geração 5.0: uma sociedade centralizada nas pessoas, unindo tecnologia de inteligência de dados com o espaço físico. E o que isso significa? O futuro. Toda essa inteligência sendo trabalhada em três grandes áreas: (1) produtividade, (2) saúde, assistência médica e bem-estar, e (3) mobilidade.
Nessas três áreas, são trabalhadas informações do governo junto a empresas privadas. Como exemplo: o governo tem todos os dados de vias públicas (fluxo, horários de pico, acidentes, entre outros), e com isso é feito o cruzamento dos dados com as indústrias automobilísticas visando a construção de carros autônomos e a melhoria na mobilidade urbana. O governo e as empresas privadas têm 11 grandes projetos em andamento em diferentes áreas para implementação da geração 5.0 no desenvolvimento de produtos, serviços e soluções para a população.
IA vai roubar o emprego das pessoas? Eles têm, sim, essa preocupação, mas, historicamente, não é privilegio da inteligência artificial. Passamos por outras quatro transformações:
Geração 1.0: caça e pesca;
Geração 2.0: revolução na agricultura;
Geração 3.0: revolução na indústria;
Geração 4.0: revolução na informação.
A esse respeito, dois exemplos nos foram colocados:
— Os carteiros que entregavam suas correspondências: com a chegada dos trens e a construção e evolução dos trilhos, ficaram sem emprego? Não 100%, mas tiveram, sim, que se adaptar, pois o mercado ficou menor, com menos emprego no segmento de correio. Mas, com a construção dos trilhos dos trens, começaram a se abrir novos empregos: o maquinista, o bilheteiro e os mecânicos de ferrovias. O que acontece é a migração de serviços com maior valor agregado e especialização.
— Os soldadores com grande experiência e técnica fornecem essa inteligência de manuseio e perfeição na solda dos veículos automotivos para a IA. Com isso, a IA vai dar suporte aos novos soldadores. Uma troca de informação mútua, entre IA e a sociedade.
Eles estão agora na segunda fase da aplicação da inteligência artificial. Estando nessa fase de implementação, há um ponto importante a ser destacado: a construção da IA ainda tem uma grande carência de recursos humanos; falta muito profissional para o avanço ser ainda mais rápido. Para dar conta dessa demanda, o governo está investindo e estruturando todas as universidades para a formação de novos profissionais no curto prazo. Isso é investimento em educação para a formação de uma humanidade mais próspera e preparada.
*Crédito da imagem no topo: ktsimage/iStock