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Show de entretenimento fora dos palcos

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Opinião

Show de entretenimento fora dos palcos

Como a cenografia se transformou em design de experiência com a ajuda dos festivais?


4 de novembro de 2022 - 15h00

(Crédito: Divulgação/Instagram)

Rock in Rio, Lollapalooza, Coachella, Tomorrowland, Primavera Sound, Coala, Popload. Você certamente já ouviu falar sobre pelo menos um desses eventos e mesmo que não tenha vivenciado in loco a experiência deles, reconhece a magia que despertam no público e o poder de conexão com o público que carregam.

Os festivais de música já são – há algum tempo – parte essencial do lazer das grandes metrópoles. Diferentes franquias consagradas e novos projetos originais percorrem o mundo todo oferecendo momentos únicos e inesquecíveis para públicos diversos.

Vamos olhar o balanço divulgado pelo Rock in Rio após a edição de 2022: sete dias de evento, 1.255 artistas passaram pelos oito palcos em 300 shows e 507 horas de experiências artísticas. O público total foi de 700 mil pessoas, das quais 420 mil de outros estados que não o Rio de Janeiro e 10 mil que vieram de 31 países diferentes. A capacidade hoteleira da cidade bateu 94% de ocupação no segundo fim de semana do festival.

Agora pense: será que se o evento se resumisse a apenas um line up de força, os números seriam iguais? Não podemos cravar a resposta, mas me inclino a dizer que não! E o motivo é simples: as pessoas saem do conforto de suas casas não apenas para consumir a música dos seus artistas favoritos, mas sim para viver experiências.

A Cidade do Rock vibra experiências por todos os cantos do gramado. Foram mais de 40 espaços para o público explorar, incluindo os pensados por marcas como Heineken, Doritos, KitKat, Itaú, Coca-Cola, Americanas, 3 Corações, TikTok, Natura e Tim.

Esses momentos transportam as pessoas para dentro daquela realidade e têm a música e o entretenimento como fio condutor para se conectar com a sua audiência e fortalecer sua comunidade. Esteja no evento, vivenciando o que foi proposto. Ou em casa, consumindo os conteúdos que são replicados (incontáveis vezes) nas redes sociais.

Ou seja, não podemos dizer hoje que os festivais são de música, mas sim que representam um mar de oportunidades de experiências imersivas para conectar milhares de pessoas com marcas a partir da paixão pelos ídolos, pela música e pela diversão. E essa máxima impacta diretamente a forma de se pensar a criação desses espaços, partindo do princípio: a cenografia!

O Lollapalooza não é diferente. A General Motors do Brasil, por meio da marca Chevrolet, já esteve presente em algumas edições do festival sempre com um propósito muito evidente: fazer com que o público permaneça o máximo tempo possível por ali, criando conteúdo e sendo replicador das suas novidades. Para isso, o espaço é preparado e pensado para despertar este efeito em quem o visita, por meio de luzes, dinamismo de conteúdo, funcionalidade e um design atraente e diferente – sabe a estranheza que agrada o olhar?

Uma boa cenografia é bonita aos olhos. Mas, apenas um projeto de design de entretenimento, elaborado com base em pesquisas e histórico das edições anteriores é capaz de unir todas as necessidades que giram em torno dos festivais: seja o interesse dos organizadores (de ser um sucesso e se tornar tradição); seja das marcas (que buscam o máximo awareness e conversão); seja das pessoas (que estão em busca de experiências memoráveis).

Porém, para além da estética, o design de entretenimento coloca em pauta as necessidades humanas em relação a um determinado espaço. Na sociedade contemporânea – altamente influenciada pela televisão, cinema, streaming, redes sociais e novas mídias – o entretenimento é o ponto de virada para ganhar atenção, retenção e resposta a um determinado estímulo. Confabulamos internamente que o Design de Entretenimento é tipo um “ménage à trois” entre arquitetura, design e publicidade… Uma combinação apaixonante que, juntas, criam experiências que excitam a mente!

Então, cá estamos nós num dilema: isso não é live marketing? Quase! Diferente da cenografia tradicional, que é suporte para a criação de ações, o design de entretenimento é meio para que as emoções se transformem em espaços, seja ele físico ou virtual.

E para ter mais emoção, é necessário o valor humano e suas especificidades diante do ambiente, perene ou efêmero. Juntos, a exatidão arquitetônica e a emoção humana têm o poder de dar vida a uma história muito mais impactante e memorável.

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