MONKS
Monks é a marca operacional global, data-driven e nativa digital da S4 Capital plc. Em todo o mundo, conta com mais de 7,300 mil profissionais, sendo 1,400 mil no Brasil. Oferece um portfólio completo, de soluções criativas a performance, sempre digital-first e baseadas em dados, criando experiências feitas para serem compartilhadas em pontos de contato eficazes. Entre seus clientes no Brasil figuram Netflix, Natura, Magazine Luiza, Google, Leroy Merlin, Pringles, Hotmart e Icatu.
Monks mapeia as quatro identidades do torcedor brasileiro em nova edição da pesquisa “A Era dos Fandoms”
Publicado em 16/12/2025 (5 dias atrás)
O futebol brasileiro há muito ultrapassou as quatro linhas do campo, transbordando para o universo digital. É o que mostra a nova edição da pesquisa “A Era dos Fandoms: Modo Torcida”, conduzida pela Monks, da S4 Capital, que investiga a evolução da cultura torcedora e revela como o digital está redefinindo quem informa, quem comenta e quem influencia o jogo.
Com uma amostra de 1.000 torcedores de todas as regiões do país, o estudo evidencia uma virada estrutural no consumo de conteúdo esportivo: a autoridade sobre a narrativa do futebol migrou para o ambiente digital. Essa mudança se dá em um contexto de alta relevância do esporte para os brasileiros, já que para 77% dos torcedores respondentes da pesquisa, o futebol é visto como um dos símbolos máximos da identidade brasileira.
Novas identidades do torcedor
A pesquisa da Monks aponta para o fim da “nostalgia romântica do futebol raiz”. O futebol se consolidou como um produto cultural mutante que não depende mais apenas da bola rolar. Sua relevância agora é medida pela capacidade de gerar múltiplas versões de sentido a partir de um único lance. Nesse novo ecossistema digital, um gol transcende o placar, tornando-se simultaneamente um clipe, meme, fanfic, flerte, briga, collab e soundbite.
Diante desse cenário cultural, a Monks identificou quatro identidades comportamentais que traduzem a complexidade da torcida contemporânea, elas foram apelidadas como: muito além do placar, torcida íntima, bagunça core e neo-fanáticos.
Muito Além do Placar: o vínculo torcedor vai além da performance esportiva e se ancora em estéticas, valores e posicionamento. Exemplos como o Clube Laguna SAF (vegano) e o Venezia FC mostram como identidade e propósito se tornaram parte central do afeto do torcedor.
Torcida Íntima: um torcer silencioso, mediado por telas, cortes, lives e podcasts. Para 49% desses torcedores, a ausência do grito não diminui a intensidade emocional.
Bagunça Core: o futebol como festa, caos criativo e imaginação coletiva, impulsionado por memes, improvisos e microdramas. Nesse grupo, 46% veem o esporte primordialmente como entretenimento, guiados por fenômenos virais e grandes eventos.
Neo-Fanáticos: vivem o clube como um ecossistema total. A intensidade é identidade – 3 em cada 4 Super Fãs afirmam que o ato de torcer é essencial para quem são, e 69% preferem ver o clube campeão a ver a seleção vencer.
Busca por espaços seguros e autênticos no futebol feminino
O estudo da Monks se debruçou ainda sobre aspectos sociais. O crescimento do futebol feminino se estabelece como uma tendência essencial que se contrapõe ao esporte masculino, que se torna progressivamente mais corporativo e inacessível. Sua ascensão transcende a simples visibilidade, focando na criação de uma atmosfera de acolhimento, onde a presença, o afeto e o reconhecimento não são filtrados por imperativos de mercado, mostra o estudo. Ao dar espaço a corpos, vozes e identidades historicamente marginalizadas, o esporte oferece um refúgio seguro e um lugar onde torcer não exige vigilância. Esta relevância é crucial, visto que o cenário segue hostil: 78% das torcedoras participantes da pesquisa ainda percebem o ambiente tradicional do futebol marcado por preconceito e machismo.
Caos criativo e a reinvenção do futebol
A reinvenção do futebol, por outro lado, está sendo impulsionada pelo entretenimento caótico e viral, de acordo com as constatações do “A Era dos Fandoms: Modo Torcida”. O fenômeno de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ilustra o poder do meme: suas frases e reações criam um culto próprio na internet, confirmando que um terço dos respondentes considera memes e fanfics como eixos centrais de conexão com o futebol. Essa quebra de barreiras também é vista em novos formatos, como a participação da apresentadora gamer Nyvi Estephan na Kings League Brasil. Nyvi marcou um gol decisivo, transformando o lance em um acontecimento cultural que atrai públicos não-tradicionais. Não por acaso, 57% dos jovens de 18 a 24 anos ouvidos acreditam que novas ligas e formatos indicam que o futebol pode e deve ser reinventado.
Marcas precisam jogar em um novo território cultural
O estudo indica que a emoção do futebol agora se distribui em múltiplas camadas e arquiteturas culturais, e que marcas precisam abandonar estratégias únicas para adotar modelos híbridos, combinando mídia tradicional, criadores de conteúdo e uma leitura aprofundada das novas identidades digitais.
“A pesquisa ‘A Era dos Fandoms: Modo Torcida’ confirma que o engajamento no futebol deixou de ser um evento e se tornou um fluxo contínuo de cultura. O torcedor não apenas consome: ele cocria, interpreta e influencia. Marcas que não compreenderem esses novos ‘Modos Torcida’ arriscam perder relevância. Na Monks, estamos preparadas para ajudar marcas a navegar e se conectar de forma autêntica nesse novo ecossistema”, pontua Marina Pires, Country Managing Director da Monks.
Podcasts e a intimidade do novo engajamento
Entre os Super Fãs, 35% consideram criadores de conteúdo e podcasts mais relevantes que narradores tradicionais como fonte de informação e análise. O dado reforça um movimento claro: o futebol hoje é consumido como um entretenimento permanente, recortado, remixado, comentado e reinterpretado, onde a narrativa digital se sobrepõe diversas vezes à transmissão original.
No aspecto do digital, o consumo de podcasts está reescrevendo as regras do engajamento do torcedor. O futebol, visto antes como um espetáculo coletivo e performático, se transformou em uma companhia íntima e constante. A emoção do jogo é integrada ao cotidiano, no transporte, em casa ou em tarefas do dia a dia, e não mais limitada ao momento da partida. Para uma parcela significativa, o áudio se torna um refúgio seguro e discreto, permitindo o vínculo sem a pressão de “performar” o fandom nas redes sociais ou arquibancadas. Essa tendência é sublinhada pelos dados: 18% do público geral escuta conteúdo esportivo semanalmente, índice que salta para 25% entre os Super Fãs – público que se identifica fortemente com o futebol e seu universo cultural.
“Essa transversalidade coloca uma pergunta incômoda para marcas, mídia e clubes: qual é o papel de quem quer existir culturalmente no universo do futebol? Não é ‘patrocinar’. Não é ‘entrar na conversa’. É entender que hoje o futebol é uma API emocional plugada em outras indústrias. É uma infraestrutura narrativa sobre a qual moda, gastronomia, música, esportes emergentes e comunidades digitais constroem sentido”, finaliza a executiva.