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Quem é o cara que vai substituir Bezos?

Ir em busca de seu primeiro bi será, certamente, um dos estímulos para o locutor esportivo frustrado liderar o futuro da maior empresa do planeta


5 de julho de 2021 - 13h23

Andy Jassy, novo CEO da Amazon (Crédito: Divulgação)

Hoje, 5 de julho de 2021, Andy Jassy sucede oficialmente Jeff Bezos como CEO da Amazon. Ele tem 53 anos e não é um clone de Bezos. Ao contrário do seu chefe, é um cara modesto e se conecta facilmente com seus colaboradores. É socialmente preocupado com as diversidades e seus direitos, algo que nunca de fato preocupou o homem mais rico do mundo. Não que se saiba, ao menos. Ele também é um dos proprietários minoritários do time Seattle Kraken da National Hockey League. Durante anos foi o CEO da Amazon Web Services (AWS).

Jassy tem 53 anos. Ele cresceu nos subúrbios de Scarsdale, em Nova York. Seu pai dirigia um importante escritório de advocacia em Manhattan e sua mãe era dona de casa. Conversas à mesa de jantar frequentemente se transformavam em debates sobre times esportivos, professores ou parentes favoritos, revelam as parcas tentativas de construir o perfil do recluso Jassy.

Um habilidoso tenista juvenil, Jassy também jogava futebol e se considerava um atleta quando jovem.

Estudou, como seu pai, em Harvard, mas entusiasmado pelos esportes, Jassy mudou-se para Nova York para seguir uma carreira mal sucedida como locutor esportivo. Nessa profissão, passou pela ABC Sports e Fox. Voltou para Harvard para estudar negócios.

Ingressou na Amazon no final dos anos 90 e, em 2003 criou, juntamente com Bezos, uma embrionária divisão de computação em nuvem, que mais tarde passou a liderar e que se tornaria no que conhecemos hoje como a AWS, uma das mais relevantes geradoras e caixa do grupo hoje. Cerca de U$ 15 bilhões somente no último trimestre. Portanto, ir atrás de resultados está fortemente em seu DNA. Nisso sim, bem em linha com Bezos.

Em 2016 foi indicado como personalidade empresarial do ano pelo Financial Times.

Apesar de todas as diferenças de perfil pessoal entre ele e Bezos, não se espera que Jassy promova mudanças radicais na gestão da mais valiosa corporação do mundo. Não seria louco, certo?

Até porque ele seguirá sendo vigiado bem de perto por Jeff, que se afasta como CEO, mas fica na presidência executiva do conselho.

Caberá a Jassy não apenas gerenciar a operação de ecommerce e marketplace da companhia, ainda seu cash cow, mas também, além da AWS, que conhece tão bem, levar adiante as iniciativas pioneiras de streaming Amazon Prime (a empresa acabou de comprar a MGM por US$ 8,5 bilhões), além de todos os experimentos inovadores como lojas físicas sem contato e entregas por drones, só para citar dois exemplos.

O legado da Amazon se estende da computação em nuvem aos armazéns altamente automatizados que permitem o envio em um dia. 

Ele enfrentará ainda a ira de alguns funcionários da empresa, que recentemente abriram uma frente de batalhas trabalhistas com o grupo, além dos reguladores dos EUA que andam pegando no pé da empresa em questões antitruste e de controle de privacidade.

O recatado e aparentemente politicamente correto Andy Jassy não é ainda um bilionário. Apesar de ser o maior detentor individual de ações da AWS, sua fortuna está estimada em cerca de US$ 500 milhões. É uma baita grana, mas distante de CEOs poderosos como Sundar Pichai, do Google, e Tim Cook, da Apple. 

Ir em busca de seu primeiro bi será, certamente, um dos estímulos para esse locutor esportivo frustrado liderar o futuro da maior empresa do planeta.

Vejamos.

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