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Samsonite troca liderança global em meio a crise

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Samsonite troca liderança global em meio a crise

Ramesh Tainwala renunciou do cargo de CEO após ser acusado de mentir sobre diploma e de envolver empresas familiares em negócio


1 de junho de 2018 - 16h22

Com um comunicado enviado à bolsa da Hong-Kong na manhã desta sexta-feira, 1º de junho, a Samsonite procura colocar um ponto final sobre uma grave crise que a fez perder quase 30% em valor de mercado no decorrer deste ano. Informando a renúncia do CEO Ramesh Tainwala e a indicação de um novo, Kyle Francis Gendreau, a multinacional conhecida pela fabricação de malas e acessórios de viagem quer evitar perdas ainda maiores de capital e de reputação corporativa.  

 

Detalhe de comunicação da Samsonite (Crédito: Reprodução)

Os problemas começaram quando a Blue Orca Capital começou a acusar a Samsonite de ter omitido números reais de crescimento. A empresa de investimento afirmou que a multinacional vinha divulgando sua expansão por meio de aquisições financiadas com dívida, maquiando resultados de contabilidade e inflacionando margens de lucro.

A Blue Orca afirmou ainda que a fabricante de malas forjou inspeções de auditoria na Ásia. Por fim, questionou as relações entre a Samsonite e outras empresas indianas lideradas por Tainwala e a sua família e afirmou que o executivo vinha mentindo sobre sua formação acadêmica, alegando ter um doutorado que nunca fora, de fato, concluído.

A queda nas ações da bolsa asiática foi o sintoma mais acentuado da crise na empresa. Em 11 de abril o papel era comercializado a US$ 37,35 e chegou a US$ 26,90 na semana passada. Sua maior desvalorização desde 2012 (o IPO é de 2011), as negociações do título chegaram a ser suspensas na quinta-feira, 24, e assim ficaram por uma semana. Somente nesta sexta voltaram ao trade e fecharam o dia em US$ US$ 29,55.

Explicações

Em outro comunicado também divulgado na abertura da bolsa desta sexta, a Samsonite refutou as acusações de maquiagem em suas contas. Forneceu uma resposta detalhada e afirmou que “o relatório financeiro da companhia são um reflexo preciso dos fortes fundamentos do negócio”. A empresa havia revelado há duas semanas que o primeiro trimestre tivera aumento de 18,6% em lucros, chegando a US$ 43,9 milhões, informou a Reuters, com crescimento de vendas em 21,1%, atingindo US$ 888,2 milhões.

Por sua vez, Ramesh Tainwala chegou a dizer ao Wall Street Journal que ele nunca disse que tinha um doutorado e que a confusão ocorreu porque seus amigos lhe chamavam de “doutor”. Seria uma piada justamente porque ele nunca havia completado essa graduação. Em seu comunicado à bolsa, no entanto, a Samsonite afirmou que “enquanto o conselho observa que desde a IPO da companhia em 2011 a revelação do background educacional do Sr. Tainwala foi exato, o conselho também leva a sério as alegações que têm sido feitas sobre suas credenciais acadêmicas”.

Kyle Francis Gendreau, o novo CEO, era chief financial officer da empresa e é um executivo da Samsonite desde 2007. A empresa ainda não apontou um substituto como CFO.

 

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