Qual é o impacto da fofoca no ambiente corporativo?
Amy Gallo questiona o estigma negativo das conversas informais no trabalho e aponta diretrizes para manter a ética e produtividade
Amy Gallo questiona o estigma negativo das conversas informais no trabalho e aponta diretrizes para manter a ética e produtividade
Taís Farias
12 de março de 2025 - 19h13
Presença confirmada no South by Southwest (SXSW) desde 2017, a autora especialista em relações de trabalho, Amy Gallo, trouxe para o festival um tópico popular e controverso: a fofoca no ambiente de trabalho. Apesar de causar certa aversão, a especialista garante que é mais comum do que parece. Segundo os dados da autora, 96% das pessoas reconhecem fofocar no ambiente de trabalho. Na média, de modo geral, seria quase uma hora de fofoca por dia.
Amy Gallo no SXSW 2025 (Crédito: Taís Farias)
Mas, segundo a especialista, a fofoca não é algo exclusivamente ruim. Por definição, ela é uma troca de informação informal sobre alguém que não está presente. Assim, as fofocas podem ser boas, ruins ou neutras. “Pensamos em coisas negativas. toxicidade, em cultura do cancelamento. Pensamos em cochichos, em comportamentos típicos do ensino fundamental. Mas essa não é a história toda”, defende Gallo.
Isso porque 80% de todas as fofocas seriam neutras e não negativas. Além disso, homens e mulheres fofocam igualmente. Porém, homens categorizam as conversas como uma troca de informações e não como fofoca, efetivamente. “A ideia negativa de fofoca também é relacionada a um gênero”, aponta a especialista.
Na sua forma negativa, a fofoca pode afetar a carreiras e reputações, espalhar desinformação, ferir sentimentos e apoiar a exclusão. Já entre os positivos, estaria a possibilidade de dividir informações críticas de uma empresa para aqueles que não têm acesso hierarquicamente, criar influência informal, reforçar normas e até reduzir o estresse no trabalho.
Assim, a autora indica diretrizes sobre como fofocar de maneira ética e produtiva. O primeiro ponto seria tentar se manter positivo ou, pelo menos, neutro nas informações. Preste atenção no seu tom, no objetivo ao compartilhar a informação sobre alguém e seja transparente com meias informações. Por fim, não compartilhe dados que podem ferir a reputação de outro colaborador.
Gallo alerta, ainda, para os vieses de confirmação e negatividade dentro de um grupo de colaboradores. No primeiro, o único objetivo é receber a validação dos colegas, o que pode alimentar exclusão e isolamento. Já, no segundo, os comentários negativos se multiplicam criando uma onda de insatisfação com o trabalho.
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