30 Under 30 - 2008

João Linneu

2008: Diretor de arte da F/Nazca S&S
2021: Sócio da Void

Você acredita que o João Linneu assistiu a mais de 40 shows do Iron Maiden em dez países diferentes? Pois deveria: “Acabei de voltar de uma turnê de seis shows, que começou em São Paulo e acabou em Porto Rico! Foi ótimo, não só porque o Iron Maiden é, como todos sabem, a melhor banda do mundo, mas porque pude treinar bastante fotografia”. Você acredita que ele, com 29 anos, já trabalhou em cinco agências, sendo que em uma, a F/Nazca, onde é diretor de arte, duas vezes? Melhor sim: “Pensei em dizer que não deveria ter pulado tanto de agência em agência. Mas acho que todos os meus passos foram fundamentais”. Você acha que o João Linneu se acha? Pense novamente: “Tenho certeza que estou longe de ser um profissional maduro. Do meu lado, senta o Edu Lima. Atrás de mim, o Fábio Fernandes. É preciso apenas um minuto próximo deles para eu entender que existe uma longa estrada para a maturidade”. Com esses exemplos tão próximos, você acredita que ele anda em busca da perfeição? Errou: “Acredito e gosto de ‘defeitos’. A direção de arte em geral caminha para um mundo de plástico e da perfeição estética absoluta. Esse é o caminho que nove entre dez diretores de arte tomam. Não que isso esteja errado. Só acho monótono. Existe muita beleza em deixar as imperfeições na foto do rosto de uma mulher, mais do que tratá-las por horas, para ela parecer uma boneca inflável com proporções áureas”. Não é à toa que um cara assim prefere o risco: “Entendi que existia uma diferença abissal entre uma idéia ser ‘inédita’ e ela ser ‘nova’. Experimentação e uma dose de risco maior por tentar um trabalho diferente e relevante fazem parte do meu DNA”. Difícil não acreditar.

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 14 de abril de 2008)

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