10º lugar – 16% dos votos
Heitor Dhalia

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Direção de Filmes - 2011

10º lugar – 16% dos votos
Heitor Dhalia

Paranoid BR

Heitor Dhalia começa agora carreira internacional como diretor de cinema. Vivendo desde janeiro em Portland, no Estado do Oregon, Estados Unidos, cuida da pré-produção de Gone, que será seu primeiro longa-metragem em Hollywood. “Estou realizando um sonho. Fica-se feliz, quando se realiza um.”

Se a propaganda, profissão de origem, inicialmente como redator, desde Recife, cidade natal, terá espaço menor nos próximos meses, não deixará de ter relevância em sua vida. “São exercícios e maneiras diferentes de narrar e cada um tem seu valor. O cinema tem um processo longo, de imersão total; a propaganda é um rush de adrenalina. O cinema tem o tempo a seu favor; a propaganda é uma explosão. É bacana alternar de uma coisa para a outra.”

Para Dhalia, o País, em geral, e a propaganda brasileira, em particular, vivem bom momento. “O Brasil está em ascensão, daqui de fora se vê. Quando a economia floresce, os outros itens acompanham também. O mercado publicitário se aperfeiçoa, cresce e amadurece”, afirma.

O amadurecimento, entretanto, na opinião do diretor, ainda não se completou. Principalmente no que diz respeito aos processos de criação e produção. Daí, o fato de o filme publicitário brasileiro ainda não alcançar o nível de resultado de mercados como Inglaterra e Estados Unidos. “Aqui, é muito mais by the book, mais cartesiano. E está muito relacionado a prazo e preço, que são preservados.”

Dhalia vê como positiva a adoção recente, no Brasil, da visão do diretor (o chamado treatment) para determinado filme, como critério seletivo. Percebe, contudo, que a novidade tem se transformado em uma guerra de preço. “Querem o tratamento daquele diretor, mas pelo custo do outro, menor. Têm de querer qualidade, sim, mas isso significa uma realidade financeira”, explica.

O futuro é mesmo o dia de hoje para o diretor. “Tenho grandes esperanças no que está me acontecendo agora, uma carreira internacional. E quero depois levar de volta todo esse know-how para o Brasil. Os aspectos técnicos, o que vir de legal. E também fazer uma via de duas mãos, com o Brasil aqui.”

(texto e foto publicados originalmente na edição de Meio & Mensagem de 21 de março de 2011)

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