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Grupo Ink se redimensiona

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Comunicação

Grupo Ink se redimensiona

Após reorganização societária, abandono da marca corporativa e enxugamento de seis para três empresas, holding volta a usar o nome de sua produtora mais antiga, a Academia de Filmes


19 de agosto de 2013 - 9h02

O Grupo Ink, uma das principais holdings do mercado brasileiro de produção, passou por grande reestruturação nos últimos meses. O processo culminou com reorganização societária, enxugamento da estrutura de seis para três empresas e mudança de nome da operação, rebatizada como Academia de Filmes, marca mais antiga do grupo.

O nome Grupo Ink vinha sendo usado desde agosto de 2007. Além da marca corporativa, deixam de existir a produtora Margarida Filmes, a digital Colmeia e a finalizadora Ilegal FX. Profissionais e serviços remanescentes das três empresas foram incorporados pela Academia de Filmes.

“Recuamos por concluir que investir separadamente em marcas consolidadas dá muito trabalho. Além disso, todas as produtoras já estão criando conteúdos para todos os formatos, por isso não fazia mais sentido separar essa área na Colmeia”, avalia Paulo Schmidt sócio da holding.

Além da produtora Academia de Filmes, serão mantidas somente a ONG Academia de Cultura e a Base7. “Na Base7 não somos sócios majoritários, já a Academia de Cultura exerce um papel estratégico para nós”, diz Schmidt.

Concomitantemente, o produtor executivo Antônio Carlos Accioly deixou o grupo, do qual era sócio há 13 anos. “Procuro agora uma forma mais compacta de atuar, mais pé no chão. As grandes estruturas demandam custos maiores”, explica Accioly.

Com a sua saída, a organização societária volta à origem, com Paulo Schmidt, Marily Raphul e Tadeu Jungle. Os três são os precursores da Academia de Filmes, lançada em 1996. A operação do grupo no Rio de Janeiro, até então sob responsabilidade de Accioly, está agora no comando do produtor executivo Ricardo Gaida (ex-Artplan).

O ano de 2012 não foi próspero para o antigo Grupo Ink. A holding acumulou perda de 15% na receita. Schmidt espera que os cortes de 2013 aliados às ações ligadas à Copa de 2014 e à implantação da totalidade das cotas de conteúdo nacional aos canais de TV paga impostas pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) ajudem a equilibrar novamente a operação.

A maior fatia do faturamento da Academia de Filmes continua vindo da publicidade, que responde por 70%. “Embora os investimentos na área de conteúdo tenham sido significativos nos últimos anos, acredito que só haverá um equilíbrio com as receitas advindas da publicidade daqui dois ou três anos”, projeta.

Outra providência tomada é o compartilhamento com outras empresas do espaço de 10 mil metros quadrados que a produtora ocupa em São Paulo. Fora as empresas do grupo, os sócios pretendem abrigar até outros oito players do setor audiovisual no local que receberá inicialmente o nome de Condomínio da Economia Criativa Vila Leopoldina. Além da sede paulistana e da filiar no Rio, a Academia mantém operações menores em Curitiba e Brasília.

Como fica o grupo Academia

Empresas atuais

Academia de Filmes – Há 17 anos no mercado, faz projetos para publicidade, cinema, televisão, web e branded content. Acaba de incorporar a Margarida Filmes, a Colmeia e a Ilegal FX. Estão em seu quadro de diretores Caio Rubini, David de la Moura, Fernanda Weinfeld, Julio Secchin, Luigi Dias, Matheus Siqueira, Marco Aslan, Marcos Jorge, Marcus Tornovsky e Tadeu Jungle.

Academia de Cultura – Entidade sem fins lucrativos que desenvolve projetos do Fundo Nacional de Cultura, especialmente para o terceiro setor.

Base7 – Comandada pelo designer Ricardo Ribeinboim, o sociólogo Arnaldo Spindel e a museóloga Maria Eugênia Saturni, a empresa dedica-se a projetos, produtos e eventos culturais e tem a Academia como sócia minoritária.

Marcas extintas

Margarida Filmes – Foi lançada em 2006, a partir da associação de diretores de cena – como Pedro Becker, Paulo Vainer, Ricardo “Gordo” Carvalho, entre outros. O objetivo inicial era que a Margarida concentrasse o trabalho para a publicidade, deixando a Academia focada no entretenimento. Após as saídas, nos últimos anos, dos sócios diretores a produtora é incorporada à Academia de Filmes.

Colmeia – Nascida em 2005 como núcleo de novas mídias da Margarida, ganhou vida própria em 2007 para se dedicar a projetos de comunicação e entretenimento em plataformas digitais. No ano passado, perdeu os sócios fundadores Eduardo Camargo e André Passamani, ambos hoje na Mutato, do Grupo JWT. Também ex-sócio, José Kazi seguiu há dois meses para a Trator Filmes.

Ilegal FX – Focada em pós-produção e efeitos especiais, surgiu em 2008 a partir do departamento de finalização da Margarida Filmes. 

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