Tudo mostra a Amazônia sustentável
Agência do Grupo ABC lança seu primeiro longa-metragem, financiado pela Vale e coproduzido pela Giros
Agência do Grupo ABC lança seu primeiro longa-metragem, financiado pela Vale e coproduzido pela Giros
Meio & Mensagem
13 de junho de 2012 - 12h18
O mais antigo cinema em funcionamento no País, em Belém (PA). Este foi o cenário escolhido para a apresentação oficial de Amazônia Eterna, na semana passada. Trata-se da primeira empreitada cinematográfica da Tudo, agência do Grupo ABC, com forte atuação em promoção e em ativação. A Giros, produtora de Belisário Franca, diretor do filme, é coprodutora do projeto.
O Cine Olímpia, em frente à Praça da República e ao Theatro da Paz, recebeu cerca de 180 pessoas para a estreia do longa, que busca mostrar ser possível conjugar, em uma mesma frase, os termos desenvolvimento, ecologia e economia (assista ao trailer abaixo).
Ao todo, nove projetos de diferentes portes e naturezas são exibidos, para provar a tese de Franca e Mauricio Magalhães, presidente da Tudo e corresponsável pelo argumento do filme. A apresentação de exemplos bem-sucedidos foi a maneira encontrada por eles para tratar da questão amazônica. “Assisti, no período de pré-produção, a cerca de 50 documentários feitos nos últimos cinco anos sobre o assunto”, afirma Franca. “A maioria deles, senão todos, apresenta uma visão catastrófica e, muitas vezes, errada sobre o futuro da região.”
Para contrapor esta visão dominante nas telas, Franca decidiu mostrar o lado amazônico que dá certo. Os nove exemplos saíram de uma pré-seleção de mais 50 iniciativas sustentáveis. Os critérios adotados no corte final foram: a consistência das propostas, a escala de produção e a existência de certificação que respaldasse os resultados defendidos.
Os casos narrados vão desde a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açu (PA), comunidade japonesa que migrou para a região Norte nos anos1920 e, hoje, vive da produção de orgânicos, até o Grupo Orsa e a atuação no Vale do Jari (PA), que surgiu como uma indústria de celulose nos anos 1970 e, atualmente, adota práticas sustentáveis de manejo florestal e produção de papel — sem deixar de faturar R$ 1,6 bilhão, em 2005, adotando tais medidas. Comunidades ribeirinhas e índios também foram contemplados pelo recorte de Amazônia Eterna.
A proposta de mostrar a Amazônia sustentável que dá certo despertou interesse da Vale, gigante da mineração com presença maciça no Norte do País. Graças à companhia, o orçamento de R$ 3,8 milhões pode ser totalmente executado. É um valor significativo, ainda mais se levado em conta o fato de que as maiores produções do cinema nacional começam a passar dos R$ 10 milhões só agora, anos depois da consolidação das políticas de incentivo.
O filme permite ao espectador conhecer uma Amazônia imensa, por meio de planos que emergem dos rios e sobrevoam as dimensões continentais da região, sempre marcados por uma trilha de ares grandiosos (a cargo do israelense Armand Amar).
Além da Vale, o projeto despertou interesse da GoodPlanet Foundation. A entidade organiza, a partir desta semana, o The GoodPlanet Film Festival, mostra paralela à Rio+20, com filmes de temática ambiental, no Cine Odeon. Amazônia Eterna foi escolhido para ser um dos dois filmes de abertura. A exibição, que acontece de 18 a 24 de junho (a Rio+20 teve início na terça-feira 13 e segue até o dia 23), tem respaldo da Organização das Nações Unidas (ONU).
Valor simbólico
Mas por que, afinal, a Tudo decidiu envolver-se em uma produção cinematográfica? Não é segredo que o trabalho corporativo da agência do Grupo ABC junto a grandes anunciantes rende muito mais dividendos do que projetos audivisuais.
A resposta vem de Magalhães: “Nossa área de projetos especiais, na qual este está incluído, representa apenas 20% do nosso faturamento”, diz. “Mas, a percepção de mercado e a visão que nossos clientes passam a ter de nós com esses projetos é outra. Passamos a mostrar que temos uma veia criativa muito forte, que vai além do nosso trabalho corporativo.”
Além deste projeto, a Tudo realiza ações com foco cultural — e regional — como o “Bom dia, Belém”, uma parceria com a cantora Fafá de Belém para levar profissionais de outras regiões à festividade cristã do Círio de Nazaré.
A agência aproveita essa atuação para, também, prospectar projetos regionais de grandes anunciantes. Já é dona da conta da Nestlé em Minas Gerais, cuidando do reposicionamento da marca — tanto em propaganda quanto em ativação e promoção. E pretende evoluir ainda mais neste campo.
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