A vez do marketing para wearables
Empresas americanas começam a buscar maneiras de se aproveitar dos dados coletados por devices
Empresas americanas começam a buscar maneiras de se aproveitar dos dados coletados por devices
Meio & Mensagem
30 de outubro de 2015 - 10h25
Por Jack Neff, do Advertising Age
Steve Caldwell tinha uma empresa de desenvolvimento de softwares para mobile em Vicksburg, Mississipi, realizando basicamente contratos governamentais e militares, quando ele e sua esposa compraram um smartwatch da Pebble no Natal de 2013. Esse produto mudou sua vida e pode mudar o marketing.
“Sendo um geek de coração, eu comecei a desenvolver apps para o smartwatch”, lembra. Esse trabalho o que levou a “pensar em coisas como monetização de aplicativos para devices wearable e networks de publicidades para esses devices.”
Em meses, ele e seus parceiros de desenvolvimento criaram a Strap e foram aceitos na aceleradora The Brandery, de Cincinnati. Eles causaram uma grande impressão nos investidores durante um dia de apresentações. No final do ano passado, eles já tinham atraído cerca de US$ 1,25 milhões em fundos. Caldwell ainda não pode falar o nome dos maiores clientes por trás dos projetos, mas, em agosto, a Mondelez premiou a Strap com um projeto da Trident e da rede Kum & Go, sendo que os resultados são esperados para os próximos 30 dias.
“A tecnologia para wearable esta se tornando o próximo mobile e é importante para nós como marca entendermos como podemos nos aproveitar disso,” afirma Mindy Rickert, diretora associada de marketing de compras para lojas de pequeno formato da Mondelez.
A premissa básica por trás da Strap é “você é o que você faz”, em oposição ao “você é o que você tweeta ou posta”, afirmo o co-fundador da Strap e COO Patrick Henshaw. Isso significa programas para “personalizar nosso mundo com todas as coisas que estamos fazendo, usando dados humanos coletados passivamente que não foram moldados pela nossa atmosfera social ou a cara que estamos tentando ter dentro das mídias sociais.”
Essa filosofia significa ir além de focar apenas em smartwatches e pulseiras fitness, e ir para todos os dados coletados por smatphones. Por exemplo, os iPhones estão coletando e calculando coisas como passos, queima de caloria e padrão de sono por meio do HealthKit desde que o iOs 8 foi lançado no ano passado.
Além dos publicitários darem às pessoas recompensas por completarem a quantidade de passos ideais, Caldweel conta que existe um mundo muito maior onde os dados biométricos podem moldar o mundo do marketing, usando dados anônimos e programas opt-in.
“Estudos mostram que os e-mails que estão te esperando logo de manhã ganham mais atenção”, afirma Caldwell. “Se você sabe quando uma pessoa normalmente levanta, você pode mandar uma mensagem dez minutos antes para que seja a primeira coisa que ela veja.”
Para as pessoas que querem poupar calorias, os restaurantes poderiam mandar uma oferta por um prato de 180 calorias ao invés de um hambúrguer para alguém que já consumiu 1.800 calorias da sua dieta de 2.000, exemplifica Henshaw. Ou as lojas podem saber as pessoas que estão preocupadas com calorias e ajudar a calcular o valor de pratos feitos com ingredientes comprados em suas lojas.
Desde maio, a Strap vem operando fora do escritório central em Cincinnati com o programa de base de dados da Kroger, como parte de um programa onde o CEO da unidade Stuart Aitken serviu pessoalmente como mentor.
Enquanto trabalha na sombra da P&G, a Strap foi convidada pela rival Kimberly-Clark para realizar um demo no CES em janeiro, e a Unilever anunciou a Strap como uma finalista do "Scale-Up of the Year", que acontece em março. Mas, como esperado, os executivos da Strap se recusaram a comentar se trabalham com alguma dessas empresas.
Tradução: Mariana Stocco
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