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Copa: Adidas suspende estampas polêmicas

Patrocinadora do Mundial da Fifa afirma que não comercializará mais as camisetas com apelo sexual que irritaram a Embratur


25 de fevereiro de 2014 - 3h45

Por Bruna Molina

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 25, a Embratur informou ter solicitado à Adidas a suspensão da venda de camisetas da marca por entender que as estampas das peças, relacionadas à Copa do Mundo da Fifa no Brasil, têm forte apelo sexual. Patrocinadora oficial do mundial, a Adidas confirmou ao Meio & Mensagem que acatará o pedido. 

As mensagens estampadas nas camisetas da marca de produtos esportivos têm duplo sentido e incentivam o turismo sexual no País, ï»¿segundo a Embratur. 

Uma das peças traz a frase: “Lookin’ to score”, que, em tradução literal, significa “em busca de marcar gols”. A palavra "score", no entanto, também é uma gíria utilizada como sinônimo para relação sexual. Em outra camiseta, a estampa “I love Brazil” (Eu amo o Brasil) mostra um coração, cujo desenho central se parece com uma mulher usando um biquíni fio dental. Os produtos estão à venda no site da Adidas dos Estados Unidos por US$ 25 e US$ 22, respectivamente.

De acordo com o presidente da instituição, Flávio Dino, a Adidas não retrata a realidade do País com essas estampas.

Procurada pela reportagem de Meio & Mensagem, a marca informou que esses produtos se tratam de uma edição limitada e serão retirados do mercado. “A Adidas sempre acompanha de perto a opinião dos consumidores e parceiros. Os produtos em questão não mais serão comercializados pela marca. É importante frisar que trata-se de uma edição limitada que estaria disponível apenas para os Estados Unidos”, declarou a empresa, por meio de comunicado.  

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Veja a íntegra do comunicado da Embratur:

“A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) repudia veementemente a comercialização de produtos que vinculem a imagem do Brasil a apelos sexuais. O Instituto está em contato com a empresa Adidas para que esta retire do mercado as camisetas que vinculam o Brasil a propagandas sexuais, conforme publicado hoje em jornais brasileiros.

No que se refere à promoção turística do Brasil no exterior, realizada pela Embratur, nenhuma campanha ou ação desenvolvida pela autarquia usa qualquer imagem ou mensagem que traga conotação sexual ou que sirva de incentivo para essa prática criminosa. O Instituto tem como meta mostrar um País culturalmente diverso, com roteiros turísticos repletos de ícones patrimoniais, belezas naturais, hospitalidade e modernidade.

O presidente da Embratur, Flávio Dino, reforça a repressão ao chamado “turismo sexual”. “A exploração sexual é um crime inaceitável e não pode ser confundida de forma alguma com uma modalidade de turismo”, afirma Dino. “Queremos deixar claro aos nossos principais parceiros comerciais na área do turismo que o Brasil não tolera esse tipo de crime em seu território”.

Para o presidente, o Brasil vive um momento em que o governo luta para não passar a imagem com apelo sexual internacionalmente. Dino afirma, ainda, que as camisetas fabricadas pela Adidas não retratam a realidade do país.

"Vamos entrar em contato com a direção da Adidas, fazendo um apelo para que reveja essa atitude e tire os produtos do mercado. Essa campanha vai no sentido contrário ao que o Brasil defende. Nosso esforço é voltado para a promoção do Brasil pelos atributos naturais e culturais. Uma iniciativa dessas ignora e desrespeita a linha de comunicação que o governo adota", declarou o presidente da Embratur.

“Isso atrapalha a organização do Mundial. O problema é a apropriação disso e deturpação do que pode ser a Copa. Já comunicamos nossas agências espalhadas por 15 países para que façam a divulgação de que não aceitaremos isso", reforçou Dino.

No final do ano passado, a Embratur aproveitou o clima festivo para agradecer os operadores de turismo de todo o mundo que contribuíram com o recorde histórico de 6 milhões de estrangeiros em nosso país durante 2013. Mas também para pedir a colaboração de cerca de quatro mil operadores de turismo para que ajudem a denunciar suspeitas de caso de exploração sexual.

A mensagem de fim de ano do presidente da Embratur divulgou ao trade turístico internacional o serviço Disque 100. Mantido pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos que recebe denúncias sobre violação de direitos humanos em nosso país. A mensagem orienta os operadores a informarem seus clientes da existência do serviço e a utilizá-lo em caso de presenciar algum caso em território nacional. O objetivo é levar o Disque 100 ao conhecimento da primeira ponta da cadeia do turismo internacional, o operador que vende pacotes no exterior.” 

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