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O que os planetas têm a ver com isso?

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O que os planetas têm a ver com isso?

Mesmo trabalhando há anos no mercado financeiro, tido como tradicional reduto masculino, nunca me senti privilegiada nem preterida pelo fato de ser mulher


24 de fevereiro de 2014 - 11h55

Por Paula Nader, diretora de marca e marketing do Santander

Fevereiro começou e muitos veículos estão preparando pautas sobre o Dia Internacional da Mulher, com perguntas que tenho dificuldade para responder. Confesso que acho a data esquisita porque, mesmo sabendo que a intenção é sempre simpática, receber parabéns, flores e poemas nesse dia nunca fez sentido para mim.

Mas não sou alienada e sei que, em determinadas culturas, países e empresas, a discriminação de mulheres ainda é real e assustadora e, por isso, me anima perceber que o tema voltou a ser debatido com mais amplitude. E, espero, com mais profundidade.

Olhando para o fato de que 30% dos negócios registrados em todo o mundo são de propriedade de mulheres e que apenas 10% delas têm acesso ao crédito necessário para desenvolver esses empreendimentos, o Banco Mundial, por meio do International Finance Corporation (IFC) e seu Banking of Women, investiu, desde 2010, US$ 154 milhões em projetos de mulheres na Europa, na Ásia e na África. Em 2013, destinou US$ 470 milhões para financiar empreendedoras no Brasil.

Considerando que McKinsey calculou que esse gap de crédito para mulheres empreendedoras pode chegar a US$ 320 bilhões, a cifra é modesta. Mas a mensagem que a iniciativa manda é clara.

Na outra ponta, a Harvard Business Review estima que cerca de US$ 20 bilhões de recursos destinados ao consumo mundial são controlados por mulheres, o que justifica plenamente o tempo e o dinheiro que temos dedicado a tentar entender como nossas marcas podem se relacionar melhor com esse público.

Diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho também vêm sendo estudadas à exaustão. Além dos fatos e dados que essas pesquisas revelam, 20 e poucos anos de carreira me levam a reconhecer que algumas coisas estão mudando: as mulheres que estavam em posições de comando quando eu comecei se esforçavam, em sua maioria, para ter uma atitude mais masculina e uma aparência menos feminina. E se, ainda hoje, há muito menos mulheres em posições estratégicas do que homens, a realidade recente era muito pior.

Mesmo trabalhando há anos no mercado financeiro, tido como tradicional reduto masculino, nunca me senti privilegiada nem preterida pelo fato de ser mulher. Se ganho mais ou menos que meus pares, sejam eles homens ou mulheres, prefiro nem saber.
Minha experiência me faz acreditar no poder criativo que a “tensão” entre homens e mulheres provoca. Mas não sei definir o que é “trabalhar como homem” porque também não sei dizer o que é “trabalhar como mulher”. Trabalhar é trabalhar.

Sempre achei que as questões que realmente importam são “seu trabalho faz sua cabeça?” e “você se sente bem remunerado pela contribuição que dá?” Tudo isso independentemente do gênero, do número, do grau ou do “planeta” de origem.
¿Que te parece?

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