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Causa. Para quê mesmo?

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Ponto de vista

Causa. Para quê mesmo?

Nesse mundo inquieto e em meio a tantas polaridades, como é possível ficar isento, como se a vida só acontecesse entre as paredes das nossas casas?


29 de maio de 2014 - 12h19

Nesse mundo inquieto e em meio a tantas polaridades – por um lado corrupção, injustiças, degradação do meio ambiente, violência gratuita; por outro colaboração, inovação, tecnologia social, cidadania –, como é possível ficar isento, como se a vida só acontecesse entre as paredes das nossas casas?

Essa reflexão também se estende ao mundo das organizações, tanto ONGs quanto empresas, que a cada dia se veem mais envolvidas com o contexto social, seja por convicção ou por falta de opção, visto que essa é uma demanda crescente da própria sociedade: do consumidor – cidadão – formador de opinião.

Nesse contexto, é importante separar o que é engajamento legítimo, que busca causas que sejam relevantes e aderentes ao propósito dessas organizações; daquilo que possa parecer uma certa “lavagem de consciência”.

Essa perspectiva foi discutida nesta semana com muita ênfase pela ex-ministra de políticas para mulheres, Nilcéia Freire, durante painel no evento Women’s Forum. Ao falar das causas relacionadas às mulheres, Nilcéia trouxe a provocação: enquanto esta questão for tratada como abordagem de marketing, qual empresa promoverá as causas duras, as mais complexas ou controversas?

Quando a organização decide adotar uma causa como estratégia de marketing, assim como decide o investimento em mídia ou a promoção de desconto em seus produtos, termina por colocar uma placa em uma praça ou patrocinando um evento pontual. Não que essas ações não sejam importantes – e muitas vezes necessárias –, mas certamente não terão a amplitude e a perenidade que se requer para fazer da causa um vetor de engajamento e mobilização.

Outra coisa é quando a causa se conecta com o âmago da organização, inserindo-se no seu sistema de gestão, no jeito de ser e fazer, na forma como se relaciona com todos os seus públicos, sendo parte do discurso, das ações e intenções. Constrói-se uma visão de longo prazo e a causa passa a ser monitorada, assim como os demais indicadores de performance. E finalmente, gera valor. Valor este que pode ser compartilhado e, por consequência, reverberado.

É desse nível de impacto que estamos falando: o de adotar uma posição protagonista frente às causas que realmente irão transformar a sociedade e, quem sabe, transformar-se junto com elas. 

wraps

Monica Gregori é sócia fundadora da Cause.

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