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Cuba receberá em dólar e à vista

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Ponto de vista

Cuba receberá em dólar e à vista


3 de setembro de 2013 - 11h17

Ainda é de forma tímida, mas os cadernos de turismo de todos os grandes jornais brasileiros e a mídia em geral receberão nos próximos dias um volume generoso de anúncios oferecendo pacotes turísticos para Cuba.

Isso faz parte do acordo entre o governo brasileiro e o cubano sobre a importação de profissionais da saúde caribenhos para trabalharem em terras tupiniquins. Esses doutores não virão a nado, portanto até outubro, no mínimo, quatro mil brasileiros serão estimulados a conhecer a ilha de Fidel para que os voos da Aero Cubana que trouxerem os médicos não voltem “batendo lata” para o país de origem.

O acordo foi firmando durante a World Travel Market Latin America realizada entre os dias 23 e 25 de abril desse ano no Trasamérica Expo Center em São Paulo entre as autoridades dos dois países e assegurou um empenho extra das operadoras de turismo brasileiras em fomentar as viagens para Cuba.

Esse é o verdadeiro pagamento da importação dos médicos. Turistas brasileiros são objetos de desejo de qualquer país e seus gastos não estão restritos às tabelas de remuneração por serviços profissionais definidas pelos governos brasileiro ou cubano.

Cuba receberá em dólar e à vista e os turistas brasileiros ainda terão de pagar os impostos nacionais pelos gastos em país estrangeiro. Isso sim é um acordo ganha-ganha.

O único inconveniente que não estava no radar das autoridades de ambos os países era o aumento de valor da moeda americana, por isso entrará em cena a propaganda capaz de afirmar que em tempos de dólar alto nada melhor que investir na beleza das praias e nos baixos custos da ilha comunista.

A campanha financiada pelo governo de Cuba foi batizada com o sugestivo nome de “Autêntica Cuba” e envolve, inclusive, a nacionalização de um filme publicitário produzido pelos burocratas do Comandante, até então avessos a esse tipo de ferramenta.

Na perspectiva do governo de Cuba vale tudo, até a publicidade comercial, para pagar a conta do seu mais genuíno produto de exportação, os médicos.
 

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