Inserção do Brasil no cenário global do futebol
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Amir Somoggi
27 de agosto de 2012 - 3h45
Acabo de publicar um novo estudo com o título deste texto. A análise mostra como o futebol brasileiro tornou-se representativo entre os mercados emergentes do futebol mundial. Por outro lado, demonstra como os nossos grandes clubes estão distantes ainda da realidade mercadológica dos gigantes europeus.
O cenário atual do futebol é extremamente positivo, já que conta com bilhões de telespectadores em todo o mundo. O futebol está consolidado como o esporte número um do planeta, com 3,5 bilhões de fãs, aproximadamente.
Um volume muito representativo vem das receitas dos clubes de futebol da Europa, que souberam maximizar seus ganhos com o caráter global do futebol. O futebol profissional da Europa movimentou na temporada 2010-11, segundo a empresa Deloitte, R$ 39 bilhões, sendo os clubes responsáveis por 89% do total. As Ligas de primeira divisão líderes em receitas da Europa são as da Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França – as chamadas de Big 5 do futebol.
Os clubes europeus faturaram, em 2010-11, um total de R$ 34,7 bilhões em receitas com estádios, mídia e marketing. As Big 5 geraram em 2011 um total de R$ 19,8 bilhões, 51% do mercado. As outras Ligas com maior faturamento da Europa são Rússia, Turquia e Holanda.
Para poder comparar os dados dos clubes brasileiros com os europeus e como no Brasil não há uma Liga formal, fui obrigado a criar nossa Liga Premium, com os clubes que mais geraram receitas em 2011.
Entretanto, para fazer a comparação com os clubes europeus, foram excluídas as receitas com transferências de atletas, financeiras e venda de imobilizado. Assim, foram consideradas as receitas com direitos de TV, marketing (que incluem os valores com patrocínios, publicidade e licenciamento), clube social e estádios.
A receita total gerada em 2011 pela nossa Liga dos 20 clubes com maior faturamento do Brasil foi de R$ 2,24 bilhões. No entanto, para comparar com os clubes europeus, o valor gerado pelos 20 clubes foi de R$ 1,89 bilhão.
Com isso, foi possível fazer uma comparação das informações das receitas dos 20 clubes brasileiros pelo padrão europeu em 2011, com os dados da Deloitte para a temporada 2010-11 na Europa.
O Brasil está consolidado como sexto mercado mundial, o maior fora da Europa. Em dois anos deve superar as receitas do futebol francês entrando no grupo dos Big 5. Isso significa uma posição de destaque e protagonismo de nossos clubes em relação a outros mercados emergentes. Contudo, analisando as receitas individualmente percebe-se uma grande distância dos clubes europeus para os números de nossos clubes.
Os clubes que figuraram no topo do ranking de receitas no Brasil ainda estão muito distantes dos grandes e médios clubes europeus.
O Corinthians, líder do ranking no Brasil gerou em 2011, receitas menores que clubes médios da Europa como Atlético de Madrid, Stuttgart, Aston Villa, Napoli e Benfica. O São Paulo, segundo do Brasil, ficou atrás de clubes como Everton, West Ham e Sunderland.
Mas afinal por que isso ocorre?
Quais os fatores que nos afastam de produzirmos mais receitas?
No meu próximo post, vou analisar como as fontes de receitas no mercado europeu ganharam novas dimensões e o quanto isso gerou valores elevados para os europeus, em relação aos produzido atualmente pelos nossos clubes.
Amir Somoggi é consultor de marketing e gestão esportiva
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