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O Brasil na janelinha

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Ponto de vista

O Brasil na janelinha

É muito bom notar que os quem vem de fora, sem essa contaminação política que nos tomou, enxergam o melhor o que temos a acrescentar


26 de junho de 2014 - 11h20

Essa Copa tem sido muito positiva para a nossa imagem no mundo.
Não bastasse a qualidade dos jogos, os clássicos empolgantes, resultados inesperados e uma incrível presença e desempenho dos latino-americanos,… ainda temos um volume incrível de matérias jornalísticas sobre o Brasil e os brasileiros na imprensa internacional.

Essa “invasão” não se restringe aos turistas que aqui chegam (e que tem a melhor experiência), mas aos que nos assistem na TV, aos que postam mensagens / imagens daqui, dos relatos da repercussão em seus países e a todo o circo da mídia.

O nosso País pode estar até parado ou congelado economicamente, mas é de fato o maior esforço que já fizemos de apresentação do Brasil para o exterior. E nós que lidamos com comunicação sabemos que isso é um investimento e que, portanto, vai trazer retorno.

Aqui tem crítica demais sobre o Brasil. Só se veem os defeitos (que temos), mas não se valorizam os nossos diferenciais e é muito bom notar que os quem vem de fora, sem essa exagerada contaminação política que nos tomou, enxergam muito melhor o que temos a acrescentar. Nossa diversidade, generosidade, bom humor, maneira de levar a vida – isso sem contar que nesse pacote incluímos a natureza, o tempo, a cultura e muito mais.

Nessa visão com os olhos de fora, podemos notar quantas diferenças, sutilezas, bondades temos em nossas relações humanas. Entender como somos percebidos pode nos ajudar a compreender o próprio País. 

Entramos, na versão interna, desacreditados, como se fossemos incapazes de organizar uma Copa e atender aos nossos visitantes. Mas estamos nos saindo muito bem e descobrindo coisas que nem nós sabíamos.

Que há um sentimento latino, um universo comum que nos une aos países vizinhos e que eles também vieram para cá para celebrar a “nossa” Copa.

Que gostamos de receber as pessoas de fora, que queremos mostrar a nossa casa, a nossa família, os lugares que frequentamos. Que queremos ajudá-los a se sentir bem em nosso País.

Que somos um país construído por gente simples, humilde e que sempre convivemos com diversidade, seja da imigração estrangeira, como da migração interna.

Que o Futebol é muito mais do que um jogo, é algo que nos une, apaixona e que representa muito da imagem do que somos e do que queremos ser.

Que essa é a nossa melhor oportunidade de exposição e que ela, apesar do que diziam, não está perdida; isto é, continuamos no jogo.  

Geraldo Leite é sócio-diretor da Singular, Arquitetura de Mídia 

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