Flavio Ferrari
12 de dezembro de 2011 - 1h08
O que mudou no mundo da mídia nas últimas décadas ?
Eu proponho alguns pontos que considero relevante:
Interconectividade: a possibilidade de distribuição gratuita e pouco controlada de conteúdos e informações;
Flexibilidade: as mídias “tradicionais” flexibilizaram suas estruturas verticais e não são mais definidas pelas plataformas;
Multiplicidade: a tecnologia multiplicou as plataformas para distribuição de conteúdos;
Protagonismo: um aumento significativo da autonomia e autoridade individual;
Pluralismo: multi-task, multi-cultural, multi-personalidade, múltiplos interesses;
Wiki spirit: menor respeito a autoridades institucionais, maior apreço pela construção colaborativa
Como resultado, já sabemos que os “brand owners” já não são tão donos do “discurso da marca”, e andam bastante interessados em entender como navegar nesse ambiente em transformação.
Adicionalmente, costumávamos dividir os consumidores, no que se refere ao seu poder de multiplicação da mensagem, em dois grupos básicos: os formadores de opinião e os outros.
Agora temos um terceiro grupo relevante: os conectores.
Os conectores não são necessariamente formadores de opinião (se forem, ficam ainda mais importantes), mas são os “pivôs” das redes sociais. Eles conectam tribos e, em boa parte, são os responsáveis pelo sucesso do marketing viral.
E o que podermos concluir disso tudo ?
Em homenagem ao titulo da coluna, vou manifestar meu “ponto de vista”.
– não é mais possível restringir o conteúdo a uma plataforma
– as ameaças de ontem são os desafios e oportunidades de hoje
– não é fácil aceitar o papel protagonista do consumidor, mas é inevitável
– teremos que incluir “conectividade” na lista de características do perfil do target
– devemos considerar seriamente a possibilidade de mudar nossa forma de agir e colocar de lado os velhos modelos
– ainda não existem soluções comprovadas: é um momento experimental
– resistir a mudança, como sempre, abre espaço para a concorrência
– as novidades demandam investimentos significativos, mas não necessariamente de dinheiro – criação, experimentação, aprendizado e planejamento requerem tempo e dedicação
– você não deve dizer ao consumidor: ele é quem deve concluir
– você entrega fragmentos de informação, as redes sociais fazem o “buzz” , a mídia de massa ajuda a formar sentido e o consumidor conclui;
– mídia é entretenimento, informação e, também, inclusão (new feature)
Em resumo, mídia não é mais apenas uma questão de “alcance e freqüência”. É conexão e envolvimento (“engagement”).
Valeria a pena descrever os novos papeis das velhas mídias, mas essa postagem já está ficando muito longa.
Então, comento apenas o que considero ser as principais características das redes sociais no seu papel de mídia: inclusão, substituição das autoridades institucionais, espaço para distribuição “fractal” de informações sobre a marca/produto e multiplicador viral.
Se você tentar usar esse espaço sem respeitar essas características, ainda que funcione, o esforço não será eficiente.
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