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Receitas do futebol brasileiro na última década

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Ponto de vista

Receitas do futebol brasileiro na última década


9 de agosto de 2013 - 10h43

Os clubes brasileiros apresentaram profunda evolução em suas receitas nos últimos dez anos. Acabo de publicar dois estudos na última semana que mostram uma nova realidade, em termos de receitas para os clubes brasileiros.

Um deles compara nossos maiores clubes com as Ligas mais importantes do futebol europeu. Atualmente, nosso mercado é o maior fora da Europa e o sexto, na comparação com as outras ligas do futebol mundial.

No Brasil não há uma liga formal, como no futebol europeu, assim a análise considera nossa Liga Premium, com os 20 clubes que mais geraram receitas nos últimos anos no Brasil.

Para poder fazer a comparação com os clubes europeus, foram excluídas as receitas com transferências de atletas, financeiras e venda de imobilizado. Isso foi necessário para poder comparar as receitas geradas por nosso mercado, no padrão utilizado pelos principais mercados da Europa.

Os 20 clubes com maiores receitas do futebol brasileiro atingiram um faturamento com marketing, estádios, cotas de TV e sócios de R$ 2,4 bilhões em 2012.

Isso equivale a uma receita de 898 milhões de euros, a sexta posição do futebol mundial. Os 20 clubes brasileiros devem se aproximar muito em 2013 dos franceses, que figuram na quinta posição e em 2014 se consolidarem como um dos BIG 5 do futebol mundial.

O segundo estudo trata da evolução financeira do futebol brasileiro na era dos pontos corridos, iniciada em 2003. O mercado se beneficiou muito de um calendário anual estabelecido e o respeito à continuidade das regras. No mesmo ano tivemos a aprovação do Estatuto do Torcedor e Lei de Responsabilidade do Futebol, que colaboraram para aprimorar o ambiente político e legal do nosso mercado.

As mudanças verificadas nessa última década tiveram impactos diretos nos negócios gerados pelos clubes brasileiros. O mercado brasileiro de clubes de futebol, que representa os 100 maiores clubes do país, atingiu receitas conjuntas em 2012 de R$ 3,5 bilhões, crescimento de 335%. Descontada a inflação do período o crescimento foi de 260%.

Essas são as principais fontes de receitas dos 100 maiores clubes brasileiros em 2012:

Direitos de TV – R$ 1,4 bilhão

Transferências – R$ 513 milhões

Patrocínios – R$ 497 milhões

Bilheteria – R$ 249 milhões

Clube (parte social) – R$ 212 milhões

Sócio-Torcedor – R$ 179 milhões

O futebol brasileiro tem uma série de desafios para os próximos anos, para poder crescer de forma muito mais eficiente e rentável. Embora o mercado esteja evoluindo em termos quantitativos, temos que solucionar problemas estruturais e também relacionados à gestão dos clubes brasileiros.

Os clubes ainda dependem de poucas fontes de receitas e mesmo as atuais, tem uma visão muito limitada, em receitas de marketing, novas mídias e ações nos estádios.

Um bom exemplo são os patrocínios. Uma grande parte dos clubes brasileiros tem três, quatro patrocinadores, quase todos estampados nos uniformes. Na Europa, há clubes com 20, 30 até 40 empresas parceiras, mas poucas estão nos uniformes e sim desenvolvendo ações comerciais e de marketing conjuntas.

Segundo minhas análises, caso não haja grandes alterações estruturais e de gestão, o mercado deve crescer em um ritmo normal nos próximos anos, atingindo R$ 5 bilhões em 2018.

Contudo, caso sejam implementadas as mudanças necessárias, o futebol brasileiro pode evoluir muito e chegar a 2018 com um faturamento de mais de R$ 6,9 bilhões.

A questão será crescer, explorando ao máximo o potencial mercadológico de seu negócio, que neste momento está subaproveitado. 

wraps

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