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Abril aprova Plano de Recuperação Judicial
Em assembleia geral, 98% dos credores aceitaram a proposta, que prevê venda da marca Exame e de sede na Marginal Tietê
Em assembleia geral, 98% dos credores aceitaram a proposta, que prevê venda da marca Exame e de sede na Marginal Tietê
Igor Ribeiro
27 de agosto de 2019 - 17h00
Após assembleia geral realizada na tarde desta terça-feira, 27, 98% dos credores do Grupo Abril aprovaram o plano de recuperação judicial (PRJ) da empresa. Na ocasião, foram apresentados ativos que serão colocados à venda para abater o débito de R$ 1,69 bilhão. Entre os principais estão a marca Exame, a sede própria da empresa na Marginal Tietê, em São Paulo, e diversos imóveis em Campos do Jordão, no interior do estado.
Sede da Abril na Marginal Tietê, em São Paulo (Crédito: Onildo Lima/ Divulgação)
Esses ativos, negociados como “unidades produtivas isoladas” no PRJ, serão leiloadas. Após a homologação do plano, a Exame terá um edital em até quatro meses. A sede na Marginal tem até 20 meses para ser leiloada e os imóveis em Campos do Jordão, que juntos somam mais de 750 mil metros quadrados, em até três anos.
Os credores da empresa estão divididos em ex-funcionários, bancos, prestadores de serviços editoriais e outros. A Deloitte acompanhou a apresentação da consultoria Alvarez & Marsal e auditou o processo de votação.
Um dos principais concorrentes à Exame é o banco BTG Pactual, que intenciona transformar a marca numa plataforma de conteúdo financeiro, no mesmo modelo que a XP Investimentos gere a InfoMoney, que a Creditas faz com a Exponencial e o C6 Bank com o Seis Minutos. Foi o fundo Enforce, ligado ao BTG, que adquiriu a dívida da Abril junto à compra de ativos pela Cavalry Investimentos, de Fábio Carvalho. Apesar do histórico, o BTG disputaria a marca num leilão aberto com outros interessados, sem favorecimentos.
Outros ativos valiosos da empresa, como a plataforma de eventos CasaCor e a empresa de logística Tex Courier, não vão à leilão num primeiro momento. Mas uma cláusula do plano considera que essas unidades poderão ser colocadas a venda se houver necessidade.
Entre os credores que concordaram com o plano estiveram representantes dos cerca de 1.300 ex-funcionários do Grupo, cuja dívida trabalhista chega a quase R$ 100 milhões. Débitos individuais de até R$ 250 mil serão pagos, na íntegra, em até 20 dias após a homologação do PRJ. Dívidas maiores sofrerão um deságio progressivo, mas serão pagas até no máximo em fevereiro do ano que vem.
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